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 | 11/11/2005 18h29min

Greve de fiscais traz prejuízo de US$ 40 milhões em SC

Agroindústrias do Estado já estão suspendendo abates

A greve dos fiscais agropecuários federais, que começou na última segunda-feira, já causou um prejuízo de US$ 40 milhões somente em Santa Catarina, segundo o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri.

A estimativa se baseia no cálculo da Confederação Nacional da Agricultura que aponta um prejuízo de US$ 120 milhões em todo o país, e nas 25 mil toneladas de carne suína e de aves que estão represadas nos portos catarinenses.

A perda média por tonelada é de US$ 1,6 mil. Como conseqüência, as agroindústrias estão com os estoques abarrotados e começam a suspender os abates.

De acordo com a assessoria de imprensa da Coopercentral Aurora, a partir deste sábado a unidade de Joaçaba, Meio-Oeste catarinense, que abate 1,2 mil suínos/dia ficará fechada. Os funcionários serão mantidos em outras atividades.

Em Xanxerê, no Oeste do Estado, o frigorífico Unibom já suspendeu vários abates. A média diária de 900 suínos cairá para 300 cabeças ou 30% da capacidade. O diretor do frigorífico, Lauri Lorenzetti, disse que a maioria da produção era destinada a Rússia.

Os produtores também sentem o prejuízo e serão obrigados a manter no campo animais que já estão prontos para o abate.

Na aduana de Dionísio Cerqueira, Extremo-Oeste, estão passando somente 30 caminhões por dia, quando a média atingia 75.

De acordo com o Chefe da Inspetoria da Receita Federal de Dionísio Cerqueira, Arnaldo Borteze, existem 80 caminhões parados para importação e mais 100 para exportação, sem contar as cargas que não enviadas à aduana em virtude da greve.

Na quinta-feira foram liberados apenas 10 cargas de banana para exportação através de medida judicial. As demais cargas que dependem da fiscalização agropecuária estão paradas.

O Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindicarnes) teme o cancelamento de contratos. O diretor executivo Ricardo Gouvêa disse que considera justa a reivindicação de melhorias para a categoria, mas afirmou que o setor produtivo não pode arcar com os prejuízos.

O comando de greve aceitou liberar embarques para um navio russo, pois o prazo final nos portos russos é 20 de novembro, devido ao inverno.

Gouvêa disse que os fiscais não estão cumprindo a medida judicial de manter 30% da produção, pois adotam procedimentos que liberam apenas 10%.

DIÁRIO CATARINENSE
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