| 08/11/2005 21h49min
A greve dos fiscais agropecuários federais ameaça as exportações catarinenses. De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), o prejuízo pode chegar a US$ 3,19 milhões por dia somente com a cadeia do frango e suíno.
A Fiesc enviou ofício demonstrando sua preocupação com a paralisação dos frigoríficos aos ministérios da Agricultura e Casa Civil. Por enquanto, as agroindústrias estão exportando os estoques que fizeram antes da greve.
Na fronteira com a Argentina, o pátio da aduana em Dionísio Cerqueira já conta com 260 caminhões na fila. Como o pátio da aduana é limitado, na tarde desta terça-feira começou a se formar uma fila com 10 caminhões no lado brasileiro e 10 no lado argentino, fora da aduana.
Diariamente passam pela aduana de Dionísio Cerqueira 70 caminhões. Metade é importação, principalmente de frutas e madeiras, e metade é exportação, também de frutas e celulose. Entre 70 a 80% do tráfego depende da liberação dos fiscais agropecuários, segundo o Chefe da Inspetoria da Receita Federal em Dionísio Cerqueira, Arnaldo Bortese.
Arnaldo disse que uma greve prolongada vai prejudicar as exportações e até a relação com autoridades argentinas. Representantes do Senasa, serviço de inspeção agropecuária da Argentina, já mantiveram contato pedindo esclarecimentos.
Um dos representantes dos grevistas, Paulo Ricardo Guimarães, disse que a categoria pede mais funcionários, estrutura e salários para fiscalização. Ele afirmou que a aduana conta com apenas seis fiscais agropecuários, para uma demanda que exige 10 pessoas. Ele citou que a febre aftosa é um dos exemplos da falta de investimento na defesa agropecuária.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína, Pedro Camargo, afirma que a greve vai afetar mais as exportações do que o controle da febre aftosa.
DIÁRIO CATARINENSE