As limitações fazem parte da vida e do processo de envelhecimento humano. Certo. No entanto, não podem ser sinônimo de restrição, de incapacidade. Isto depende de cada pessoa, da sua história pregressa, de seus fatores biológicos, da oferta de serviços (principalmente de cuidado à saúde) e das oportunidades de acesso que teve, como chegou à terceira idade, ou seja, de um conjunto de fatores.

Na linha de chegada estarão em melhores condições, ou não tão boas assim, aqueles que se prepararem melhor para tal. As doenças crônico-degenerativas chegarão como algo inerente ao processo de envelhecimento; no entanto, as intervenções da promoção de saúde, assim como a prevenção, trarão bons frutos a todos.

Os problemas cardiovasculares (insuficiência cardíaca, cardiopatia isquêmica), neurológicos (alterações da memória, doenças como Alzheimer, AVC, dentre tantas outras) costumam ter conseqüências mais sérias quando relacionados ao processo de envelhecimento, porém, estarão presentes ou não, assim como outros distúrbios, na dependência de inúmeros fatores, cuja base determinante estará nas etapas pregressas que transcorreram sem muito cuidado.

Não há dúvida de que a prevenção é o melhor caminho e a manutenção de atividades laborais, intelectuais e físicas protegem em relação àquilo que poderia comprometer a autonomia do idoso. Cada vez mais chegaremos mais longe, pois, não somente pelos avanços da medicina, mas pelo conjunto de fatores condicionantes que têm relação com a saúde.

Se pode apontar para a saúde como um forte determinante da qualidade de vida e, esta, como fundamental para uma saúde adequada. O ponto é que entre estas duas está a questão social e que envolve incontáveis mecanismos que também interagem neste binômio.

Na vigência de comprometimento da autonomia por parte do idoso em suas atividades de vida diária, cabe o cuidado e a atenção necessários ao grau de incapacidade, sendo que a qualidade de vida estará igualmente comprometida. Caberá, por parte de quem está próximo ao idoso a compreensão destas limitações e o despreendimento para auxiliar da melhor forma, sem que a pessoa se sinta inválida.

Da mesma forma, a segurança do idoso, a partir dos seus sistemas funcionando com menos acuidade (visão, audição reflexos), merece especial atenção em todos os ambientes (casa, locais de lazer, dentre outros). As quedas em ambiente doméstico estão entre as ocorrências mais prevalentes na terceira idade e podem ser evitadas na maior parte das vezes (retirada ou fixação de tapetes, escadas com corrimão, apoio para declives, dentre tantas medidas).