Conteúdo: unimedespacovida | 16/02/2010 15h51min
Há, ainda, muito preconceito e mitos em relação ao envelhecimento. Por exemplo, que o idoso "é fraco e apresenta muita debilidade", ou que "vive em estado de abandono familiar", que "não produz mais", que "depende de outros para tudo", "não faz sexo", dentre tantos outros, equivocadamente.
Inúmeros autores apresentam conclusões diferentes do que se sugere em relação à "imagem" do idoso. A velhice traz consigo situações que necessitarão ser vividas de maneira diferente, não sendo possível a generalização. Se avaliarmos a infância, por exemplo, poderíamos atribuir semelhanças a muitos destes aspectos citados e, nem por isso, as crianças são rejeitadas, ao contrário.
O preconceito em relação ao idoso atrapalha e não pode ter mais lugar, assim como em qualquer outra etapa da vida. O interessante é que o idoso, sendo reconhecido como capaz e valendo-se da "voz da experiência", pode e deve optar por fazer e agir como gostaria realmente e, não, a partir de modelos impostos, preconcebidos.
Terceira idade não é sinômino de abrigo ou de asilo, pois também existem estas situações similares em qualquer etapa da vida. O que a sociedade necessita compreender é que fomos projetados (seres humanos) para vivermos mais de cem anos e, cada vez mais, isso ocorrerá com mais freqüência.
A pirâmide etária brasileira está em franca transição e conseguinos dobrar a população com mais de 80 anos em pouco mais de duas décadas, ao passo em que em outros países tal fato ocorreu ao longo de mais de três ou quatro décadas. Portanto, definitivamente, não estamos preparados para conviver com um maior número de idosos, especialmente no Brasil, ainda mais com base numa legislação que rotula como idoso as pessoas com sessenta anos ou mais. Como se não bastasse, o perfil do idoso, sob a ótica da saúde, é o de que "traz muito gasto".
Ora, se não houve uma preparação para o envelhecimento, como exigir coerência no momento em que o organismo se debilita com mais facilidade? Em relação a isso, cabe construirmos no presente - na perspectiva de promoção da saúde, prevenção de fatores de risco e doenças - uma mudança/quebra de paradigma, fazendo com que a saúde seja reflexo de uma gestão adequada e, não, mero acaso ou fruto de fatores biológicos, exclusivamente, como se o indivíduo fosse o único responsável.
Ou seja, o problema é do idoso porque envelheceu?
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