Conteúdo: unimedespacovida | 22/11/2009 16h38min
"Eu tenho visitado brinquedotecas pelo mundo afora e lembro de uma que vi há alguns anos em Buenos Aires, na Argentina. Fica num casarão de mais 100 anos, um lugar maravilhoso, tombado.
A proposta era muitas salas vazias, praticamente desprovidas de móveis e uma pequeníssima sala, que eles chamavam de “Cosoteca”, que era o lugar onde estavam todas as coisas e que saiam dali e iam para salas conforme o grupo que eles receberiam e conforme a proposta de animação da brincadeira.
Uma brinquedoteca praticamente sem brinquedos, em que a brincadeira era o que mais valia. Recebiam crianças, jovens adultos e pessoas mais velhas, idosos. Não é um coisa muito comum no Brasil esta concepção de brinquedoteca para adultos, mas lá eles então iam brincar naqueles espaços com panos, tecidos, aqueles poucos brinquedos e jogos que eles tinham porque a idéia era a de dar espaço para brincar, e não ocupar o espaço e brincar com brinquedo a ponto de delimitar a
brincadeira.
Esta é uma boa forma de estimular a brincadeira e, primeiro, o espaço apropriado. Nem tão invasivo em termos de estimulo a ponto de inibir a capacidade de interagir, e tampouco um espaço privado de desafios, de provocações de objetos que inquietem, que interroguem a ponto de que a criança também não tenha nenhuma provocação para brincar.
Mas o espaço é só um dos elementos que propicia brincadeira, por que outra condição fundamental para que a brincadeira vingue nas nossas vidas é o fato de que é preciso alguém que transmita a cultura lúdica. E aí esbarramos numa questão bem complexa da nossa época: como as pessoas aprendem a brincar?"
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.