| 25/04/2008 16h53min
Marylin Monroe no auge da sua forma - quando virou a cabeça do presidente Kennedy pelo avesso, por exemplo - pesava 63kg, tinha 1,67m de altura, 93cm de busto, 58cm de cintura e 91cm de quadril. A mistura explosiva dessas medidas - somada, é claro, ao tom louro de seu cabelo e à voz melosa de uma gatinha no cio - a transformou em um dos maiores símbolos sexuais de todos os tempos. Marylin deu sorte. Se quisesse tentar a carreira hoje, é bem possível que jamais deixasse de ser Norma Baker, nome que aparece no seu registro. Provavelmente, ela seria considerada baixinha, cadeiruda e - aí sim, é o fim da picada - gorducha.
Preta Gil, hoje, é mais gorducha do que Marylin: pesa 74kg. Até já esteve mais magra, mas nunca esteve tão bem. Prestes a completar 34 anos, a cantora está cuidando da saúde - faz tratamento com um médico indiano que vive em Nova York -, passou a comer melhor, pratica exercícios regularmente e exibe uma invejável barriga-tanquinho - uma combinação de
malhação pesada com a
última das três lipos que fez ali. Ainda assim, continua servindo de isca para revistas, programas de humor e sites na internet fazerem piadas de gosto duvidoso.
Sem qualquer vergonha de seu corpo, mas cansada da falta de respeito, ela está processando sites como o Google (por sugerir a busca "atriz gorda" a quem digita seu nome) e o programa "Pânico" (por chamá-la de baleia).
- As pessoas falam de mim como se eu fosse mais gorda do que eu sou. Já virei um mito - diz ela, consciente de que, involuntariamente, virou um ícone do movimento Fat Proud, de gordinhas orgulhosas, que está em alta em todo o mundo, encabeçado pela sensacional Beth Ditto, vocalista da banda The Gossip.
O movimento fat proud vai ganhar força no Brasil?
Preta sabe que não é magra, mas se considera completamente normal, dentro da realidade da mulher brasileira que é mãe, trabalha e curte a vida. Para ela, essa fixação em sua forma
física ainda é resquício da foto que fez nua para o encarte
de seu primeiro disco, em 2004.
-As pessoas me criticaram porque eu não estava dentro dos padrões. Mas que padrões são esses? - questiona, lembrando que o Brasil está muito mais para Pretas do que para Giseles. - As mulheres brasileiras têm muito pouco em quem se inspirar.
Nos Estados Unidos, porém, a coisa não é muito diferente. Embora os gordos de lá sejam bem mais gordos do que os daqui, o preconceito pesa do mesmo jeito. Morando no Brasil há dois anos, a produtora de moda nova-iorquina Sharon Battat, que não gosta de revelar a idade, é uma espécie de Sarah Jessica Parker com uns quilinhos a mais - quantos ela não revela, mas a intérprete de Carrie na série "Sex and the city", que é magérrima, também não faria isso de bom grado.
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