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O secretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, Astério Pereira, propôs nesta terça, dia 18, uma troca de presos entre o Rio e São Paulo, que poderia envolver o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e o sequestrador Wanderson de Paula Lima, o Andinho.
A proposta de transferir Andinho para o Rio de Janeiro e manter Beira-Mar em São Paulo foi feita pelo secretário após a inauguração no complexo penitenciário carioca Frei Caneca.
– Isso teria que ser tratado com intermediação de autoridades do governo federal. Não caberia exclusivamente aos Estados uma definição – afimou o secretário.
Segundo Pereria, a troca poderia ser uma solução para resolver o impasse em torno do destino de Beira-Mar. Atualmente, nenhum Estado brasileiro quer ficar com a guarda do traficante.
O governo de São Paulo diz que não vai prorrogar a permanência de Beira-Mar, garantida até o fim do mês, na penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes.
O governo do Acre não aceita a transferência, e o Rio de Janeiro garante ter um acordo com o governo federal para deixar o traficante longe do Estado.
– Ele é um preso federal e aqui (Rio de Janeiro) não é o lugar dele – disse Pereira.
O secretário afirmou que a troca de presos pode trazer benefício para os dois Estados.
– Em se tratando de crime organizado, quando se tira um preso de seu hábitat natural e ele vai para outro Estado, ele é prejudicado em seus interesses econômicos e na sua organização criminosa. Para o bem do Brasil, isso deveria ser feito porque é benéfico.
De acordo com o secretário, essa proposta conta com o aval da governadora Rosinha Garotinho. O secretário acrescentou que, nos últimos tempos, o Rio de Janeiro recebeu dois presos paulistas perigosos – entre deles, o assaltante José Márcio Felício, o Geleião – e não mandou nenhum outro para São Paulo.
Os parlamentares do Distrito Federal entregaram nesta terça ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, um documento rejeitando uma possível transferência de Beira-Mar para uma prisão brasiliense, informaram assessores do Ministério.
Os parlamentares distritais citam certas características de Brasília, como a concentração dos poderes da República e de organizações internacionais e embaixadas, como argumentos para que Beira-Mar não seja levado para a capital brasileira.
A assessoria do Ministério da Justiça disse que o ministro ainda não tem nada definido e só irá anunciar o local onde Beira-Mar vai ficar preso no dia 29 de março, quando vence o prazo de permanência do traficante no Estado de São Paulo.
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