| 02/12/2002 18h
Muitas lojas e empresas fecharam as portas nesta segunda, dia 2 de dezembro, na Venezuela devido a uma greve geral convocada contra o presidente Hugo Chávez. Mas a adesão ao protesto foi limitada, e os setores mais importantes da economia venezuelana, especialmente o do petróleo, continuaram funcionando.
Na capital, Caracas, a adesão foi maior na zona leste da cidade, reduto da oposição. Mas o Centro e o Oeste estavam repletos de camelôs, bares e restaurantes abertos, embora a maior parte das lojas mantivesse as portas de metal abaixadas. Aeroportos e transporte público tiveram funcionamento quase normal.
Os organizadores da greve não informaram sua duração. O objetivo do movimento é pressionar o presidente a aceitar um referendo que poderia levá-lo à renúncia. Os pequenos comerciantes decidiram abrir especialmente para não perder clientes na movimentada temporada do Natal. Outros acham o protesto inútil.
Chávez, que já sobreviveu a um golpe de Estado em abril, não aceita o referendo nem a renúncia. Seus adversários o acusam de governar de modo autoritário e de provocar a atual recessão. O presidente pediu à população que ignore a greve. Em reação ao movimento, o governo organizou nesta segunda uma grande feira livre no centro de Caracas, com alimentos e serviços a preços mais baixos. A feira provocou um grande engarrafamento no centro.
Na PdVSA, a estatal petroleira, a greve tem o apoio de alguns dos principais executivos, mas aparentemente há divisão entre os operários. O presidente da empresa, Ali Rodríguez, admitiu nesta segunda que a produção da Venezuela, o quinto maior exportador de petróleo do mundo, não foi prejudicada.
A oposição já entregou ao governo um manifesto com 2 milhões de assinaturas pedindo a convocação do referendo em 2 de fevereiro, mas a Justiça derrubou a proposta. Chávez diz que a Constituição, aprovada já sob seu governo, prevê a realização do plebiscito apenas a partir da metade de seu mandato, em agosto.
As informações são da Agência Reuters.
© 2009 clicRBS.com.br ? Todos os direitos reservados.