| 27/07/2002 16h05min
O presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a comentar neste sábado, dia 27 de julho, os problemas econômicos que o Brasil está enfrentando. Durante entrevista no Canal 1 do Equador, FH reconhece que a situação financeira do Brasil não é das melhores e que isso é uma limitação para o processo de integração com os demais países da América do Sul.
– Os Estados têm dificuldades. Sempre temos alguma dificuldade. Não se pode negar que a situação financeira, não a econômica, mas a financeira do Brasil não é a melhor dos mundos. Então é uma limitação. A despeito disso, pode-se levar adiante o processo integrador. Estamos longe de ter uma situação ideal, muito longe, mas estamos trabalhando nessa direção – disse.
Ele considera real a turbulência, mas ressalta que é "conseqüência da percepção dos centros financeiros do mundo sobre os mercados sul-americanos. Uma percepção, a seu modo de ver, equivocada". O presidente criticou a especulação sobre os mercados sul-americanos e a própria globalização.
FH também lembrou da necessidade de um ajuste do sistema mundial, que está sem controle:
– Temos hoje em dia um problema muitíssimo mais grave que o de pensar que é um problema, pelas crises aqui, na Argentina, Paraguai, Equador, onde seja, é uma problema de ajuste do sistema mundial, que está sem controle, ou seja, o sistema produtivo está globalizado, os mercados financeiros se globalizaram, mas as regras não se redefiniram, então permite um amplo espaço à especulação.
Apesar de admitir que o cenário econômico está passando por um momento difícil, o presidente afirmou que o projeto de integração sul-americana está garantido. FH disse que mesmo que a oposição vença as eleições de outubro, as negociações estão asseguradas.
– Eu não temo Lula da Silva nesse aspecto de integração. Nisso, estamos totalmente de acordo, não apenas eu e Lula, mas todos os candidatos pensam de forma favorável ao Mercosul e à integração com o mercado andino, à formação de um espaço sul-americano. Isso no Brasil não é uma questão que pode variar por governo atual, posição atual. Há uma força mais poderosa – se pode ter outros conflitos de opinião, mas não nisso – disse o presidente.
Quanto à posição de novos governantes sul-americanos, Fernando Henrique lembrou que todos querem ficar mais fortes no plano internacional:
– Vi muitas mudanças, no entanto, as decisões foram mantidas. São vinculações de povo e de Estado – disse o presidente.
O presidente participou neste sábado da II Reunião de Presidentes da América do Sul, em Guayaquil (Equador). No encontro, os 12 governos dos países do continente reforçaram com o projeto de integração da região. Com informações da Agência Brasil.
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