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 | 24/07/2002 16h40min

Para Fraga, novo acordo com FMI sai se situação continuar adversa

Presidente do BC disse que, se cenário não melhorar, novo trato pode ser assinado ainda este ano

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, disse nesta quarta-feira, dia 24 de julho, que um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) pode ser assinado ainda este ano caso as incertezas econômicas não melhorem. Fraga afirmou que o cenário internacional adverso está contribuindo para esta situação. Ele, no entanto, não quis dar detalhes sobre quando ou como será este novo trato.

Perguntado se um acordo até o final do ano era inevitável, ele respondeu:

– Inevitável não, mas se a coisa ficar como hoje, muito provável.

Fraga disse que não precisa do aval dos candidatos à Presidência da República para assinar o novo trato com o Fundo. De acordo com o presidente do BC, os candidatos já deixaram claro que têm disposição em manter os compromissos que o governo pode vir a assumir com a instituição.

O Brasil tem um acordo com o FMI em vigor até o final do ano e as turbulências dos mercados financeiros nos últimos meses, causadas pelas incertezas eleitorais em um ambiente de elevada dívida pública, alimentaram as expectativas de um novo programa com o FMI ou de uma extensão do atual. No início do mês, o presidente do BC reuniu-se com membros do Fundo em Washington e nesta semana encontrou-se com a vice-diretora-gerente do FMI, Anne Krueger, que está no Brasil para participar de um seminário econômico.

Reconhecendo que recorrer ao Fundo não é uma coisa agradável, Fraga argumentou que ainda assim a ajuda do FMI é bem-vinda em momentos de crise. Para ele, o Brasil teria enfrentado uma profunda recessão em 1999, quando houve a desvalorização do real, se não tivesse um acordo com o FMI.

Fraga reafirmou que existe uma série de hipóteses a escolher para formar um modelo do acordo de transição, mas se for feito antes de outubro, o governo não pensa em exigir qualquer compromisso formal dos candidatos.

– O objetivo do Banco Central é arrumar a casa para que o próximo presidente possa governar com tranquilidade – informou ele.

 
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