Ao chegar na Gerência Regional de Educação, em Joinville, no final da manhã desta segunda-feira, o secretário de Estado de Educação, Eduardo Deschamps, sentiu na pele a preocupação dos pais de alunos que ainda esperam por respostas sobre as escolas interditadas. Para eles, Deschamps prometeu o transporte público para transferir os alunos e disse ainda que compreendeu as manifestações realizadas ao longo da semana passada.

— Vamos tentar amenizar estes prejuízos —, afirmou.

Pela primeira vez neste ano em Joinville, Deschamps confirmou que o cenário que a educação estadual se encontra na cidade é o mais crítico em Santa Catarina.

— Principalmente por conta da forte atuação da Vigilância Sanitária na cidade —, enfatizou.

A expectativa era de que ele visitasse as escolas interditadas, mas a agenda apertada não permitiu. Ele se reuniu com os parlamentares da Comissão de Educação da Câmara de Vereadores. Na ocasião, foi entregue uma moção - assinada por todos os vereadores - que pede agilidade na reforma das escolas.

Deschamps concordou com os vereadores e confirmou que houveram dificuldades no ano passado para o encaminhamento de recursos para a Educação.

— Havia uma previsão de aumento da receita do Governo Estadual de 14%, e no fim foi de apenas 4%. Ao longo do ano passado ainda esperamos por recursos do BNDES, que deveriam ter sido liberados em agosto, mas chegaram só no final de dezembro. Por isso tivemos dificuldades com os processos de contratação para as escolas —, explicou o secretário.

Segundo ele, para o ano que vem, a situação não deve se repetir.

— Como existe muita burocracia, vamos simplificar os processos. O governador (Raimundo Colombo) assinou um decreto que permite um regime diferenciado de contratação, como o Governo Federal faz com as obras da Copa —, informou Deschamps.

Ainda está sendo planejado um novo sistema para manutenções nas escolas, que devem agilizar ainda mais o processo.

— O Governo falhou no ano passado. Mas não foi exatamente uma falha, encontramos dificuldade para solucionar estas questões no ano passado —, resumiu o secretário.

— Questionamos o secretário sobre as reformas, que poderiam ter sido planejadas já no ano passado. Os pais poderiam ter sido avisados em outubro, por exemplo, que os filhos teriam que mudar de escola. Ele concordou com a gente que faltou planejamento —, comentou ainda o presidente da comissão de Educação, o vereador Cláudio Aragão.

Segundo ainda o vereador, no próximo dia 21 de março, a comissão de Educação convocou membros da Gerência Regional de Educação e da Vigilância Sanitária para uma reunião na Câmara.