| 14/11/2012 19h52min
A presença de policiais armados na Avenida das Flores, um dos principais acessos de Balneário Camboriú, quarta-feira à tarde, sinalizava que a resposta das forças de segurança aos atentados que atingem a região desde a noite de terça-feira havia começado.
A operação estava prevista em função do feriado prolongado, mas foi intensificada para prevenir a ação de criminosos e evitar mais uma madrugada de tensão. Em um período de quatro horas, na noite anterior, três ônibus e cinco carros foram incendiados em Itajaí e Navegantes – o que deixou em alerta a segurança pública na região.
Nas cidades do Litoral, bombeiros, policiais civis e militares mantinham a atenção redobrada nesta quarta. Entre as explicações levantadas como causas dos atentados, uma delas é de que vândalos tenham se aproveitado da onda de ataques iniciada na Capital para cometer ações isoladas. Mas a principal hipótese é de que as ocorrências tenham, de fato, ligação com as primeiras registradas no Estado. E que tenham sido orquestradas dentro de unidades prisionais.
– Estamos levando em consideração várias possibilidades, e essa é uma delas. Essas ações terão de nós uma resposta adequada e à altura – disse o comandante geral da Polícia Militar, Nazareno Marcineiro.
No Complexo Prisional da Canhanduba, principal unidade penitenciária da região, familiares que queriam visitar parentes presos na ala A do presídio foram impedidos de entrar. Segundo eles, o argumento da direção era de que os detentos estavam de castigo. O diretor da unidade, Edenir Alexandre Camargo Neto, estava ocupado em reuniões e não foi localizado para entrevista.
Em Itajaí, onde ocorreram a maioria dos ataques na região – foram cinco veículos atingidos, incluindo um ônibus da Viação Praiana – barreiras integradas, com agentes de trânsito e policiais civis e militares, começaram a ser feitas no início da noite de quarta-feira. O principal alvo eram motocicletas, veículos usados na maioria dos ataques registrados na região.
Segundo o delegado Osnei Valdir de Oliveira, todas as denúncias têm sido checadas. Através da coleta de provas, a polícia pretende localizar os responsáveis pelos atentados e puni-los. Nos ataques ocorridos entre a noite de terça-feira e madrugada de ontem na região, seis homens foram autuados em flagrante por incêndio doloso e três adolescentes apreendidos e encaminhados aos pais.
Entre os presos, apenas um admitiu ter participado dos atentados. Segundo a polícia, ele teria dito que ateou fogo em dois carros atendendo a uma ordem que recebeu por telefone. De acordo com o delegado Regional de Itajaí, Rui Garcia, a ordem teria partido de um homem que se apresentou como membro de uma facção criminosa. O jovem diz que foi ameaçado de morte caso não cumprisse o que foi pedido.
A medida segue o padrão estabelecido pela Secretaria de Segurança Pública em todas as cidades onde ocorreram atentados. Nesta quarta, empresas de transporte coletivo também tomaram providências para coibir novos ataques. A Viação Praiana, que teve um ônibus incendiado dentro da garagem, em Itajaí, divulgou que medidas preventivas seriam tomadas, mas não revelou quais seriam.
Segundo a direção, não houve alteração nos itinerários, que incluem municípios entre Itajaí e Bombinhas.
– É um absurdo que isto esteja acontecendo – avaliou a diretora da empresa, Romy Kracik Langfeldt.
A direção da Viação Rainha, que foi alvo de um atentado em Navegantes durante a madrugada de quarta-feira, decidiu contratar segurança armada para guarnecer as garagens da empresa.
Incêndio de veículo apavora família em Itajaí
– Não tínhamos como sair porque o fogo chegava até a porta – conta André, que mora em Tijucas e a havia chegado a Itajaí horas antes, para visitar a avó.
Enquanto os bombeiros não chegavam, a fumaça escura subia e se acumulava entre os cômodos dos dois apartamentos da família no andar superior. A avó de André, uma senhora de 66 anos, chegou a passar mal, intoxicada pela fumaça e nervosa com o incêndio. Precisou ser socorrida e medicada, mas passa bem.
– Fiquei muito assustado. Era o carro pegando fogo, minha avó gritando, nervosa. Ainda não absorvi direito o que aconteceu – disse André, em frente às marcas do incêndio que mancharam a fachada do prédio.
Em Balneário Camboriú, rondas foram intensificadas
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