Presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol) em Santa Catarina e com atuação da Polícia Civil há mais de 40 anos, sendo 25 anos na divisão Antissequestro, o delegado Renato Hendges afirma ter informações que criminosos de São Paulo estariam ordenando bandidos locais a cometerem atentados no Estado.
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— Tenho conversado com colegas de São Paulo e eles (criminosos) estão mandando atuar aqui — declarou Hendges, da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), referindo-se a integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo.
Para o delegado, o problema está enraizado no sistema prisional catarinense. Ele aponta a superpopulação carcerária como fator agravante, pois atualmente há 17 mil presos e a capacidade é de até 10 mil presos.
Hendges criticou a demora do governo em construir novas cadeias. Ele defende a declaração de emergência no sistema para agilizar as obras necessárias.
Defende ainda a instalação imediata de parlatórios em todas as cadeias para dificultar a comunicação de presos líderes de facção, novos bloqueadores de celular, portas com detectores de metais e a urgente implantação do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) no Estado.
Na entrevista coletiva na tarde de terça-feira, o delegado geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D'Ávila negou a vinda de criminosos de SP para atuar em atentados no Estado.