| 21/08/2012 23h45min
Um projeto de reformulação do Ensino Médio no país deverá ser apresentado em Santa Catarina. Em outubro, o Estado recebe a reunião do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), na qual serão discutidas as propostas elaboradas pelo grupo de trabalho criado pelo Ministério da Educação.
A força-tarefa terá o auxílio da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e de entidades, como a Academia Brasileira de Ciências. A decisão foi anunciada ontem durante encontro entre o ministro Aloizio Mercadante e os secretários estaduais de Educação.
O Ministério da Educação também anunciou que a partir do ano que vem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será a ferramenta adotada para avaliar o Ensino Médio no país. O governo federal pretende substituir a Prova Brasil pelo Enem no cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
A troca integra uma série de medidas que serão lapidadas nos próximos dois meses por um grupo de trabalho formado por União e Estados a fim de reformular o Ensino Médio no Brasil.
Resposta ao baixo desempenho nacional
A mobilização é uma resposta ao desempenho nacional abaixo do esperado no Ideb, apresentado na semana passada, em que o Ensino Médio mostrou estagnação na comparação de 2009 com 2011.
Conforme o ministro, é consenso de que o Enem oferecerá uma radiografia mais abrangente. A Prova Brasil é feita por uma parcela pequena de alunos, 69 mil no ano passado. Para 2012 o Enem tem 1,5 milhão de matriculados dentro de um universo de 1,8 milhão de concluintes do Ensino Médio. O Enem servirá para o redesenho do currículo baseado em quatro áreas: matemática, português-redação, ciências da natureza e ciências humanas.
— Esses novos dados têm de ser analisados com cuidado. Toda discussão para avaliar a melhora do ensino é válido — diz o secretário da Educação de Santa Catarina, Eduardo Deschamps.
Mais oferta de ensino integral
O estudo de reformulação do Ensino Médio, a ser apresentado no Estado, será orientado por um coordenador em cada região do país. A tendência é de que o secretário catarinense Eduardo Deschamps oriente os trabalhos no Sul do Brasil, já que o Estado teve o melhor desempenho da região no Ideb.
Além do redesenho no currículo, o plano engloba outras atividades, como ampliar a oferta de ensino em tempo integral, promover intercâmbio de diretores de escolas dentro do país e oferecer livros didáticos em PDF para os professores.
— Desta proposta, o MEC vai formatar o arcabouço jurídico, que passará pelo Conselho Nacional da Educação, para que as mudanças possam ser implementadas — explica Deschamps.
Outra proposta do governo federal para ser implantada em 2013 é a instituição da Prova Nacional para Egresso na Carreira Docente. Com o exame, Estados e municípios não precisarão realizar concursos próprios para contratação de professores, o que reduzirá custos. O sistema criará um banco de profissionais.
— Quem aderir ao exame poderá buscar professores conforme a demanda — explica o ministro.
Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, quer Enem no lugar da Prova Brasil
Foto:
Valter Campanato
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