| 18/05/2011 23h35min
Escolas vazias e assembleias regionais dos professores marcaram, nesta quarta-feira, o primeiro dia da greve do magistério da rede pública estadual, que não tem data para acabar. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de SC (Sinte) informou que 90% dos professores aderiram à paralisação.
A Secretaria de Educação (SED) rebateu, e afirmou que 31,8% dos docentes pararam. Cerca de 700 mil alunos estão matriculados em 1.350 escolas estaduais de todo o estado. Em Florianópolis, a adesão foi de 92%, de acordo com o Sinte. Por causa da assembleia dos trabalhadores, em frente à Catedral Metropolitana, alguns colégios tiveram 100% das atividades paralisadas.
Foi o caso das escolas Lauro Müller, no Centro da cidade, onde não havia nenhum professor ou servidor, e Presidente Roosevelt, no bairro Coqueiros. Na unidade, os alunos foram avisados de que não haveria aula ontem. Professoras que se preparavam para ir à assembleia informaram que, hoje, as aulas devem ser normais para as séries iniciais do ensino fundamental. Anos finais e ensino médio seguem sem aulas.
No colégio de ensino médio Aderbal Ramos da Silva, no Bairro Estreito, também não houve aulas ontem. De acordo com o assessor de direção, Adriano Bernard, alguns professores voltam ao trabalho hoje.
— Cerca de 80% dos docentes vão aderir à greve. Os outros continuam trabalhando, mas isso desestimula os próprios pais ,que preferem não gastar dinheiro com ônibus para mandar os filhos para escola para assistirem a apenas uma aula — explicou.
A escola Jurema Cavallazzi, no Bairro José Mendes, que tem 496 alunos, também parou as atividades. De acordo com informações da direção, dos 40 professores, apenas dois não aderiram à greve.
Já no Instituto Estadual de Educação, o maior colégio público do Estado, o coordenador-geral, Vendelin Santo Borguezon, não tinha terminado o levantamento de quantos professores aderiram à greve. Ele informou que as aulas continuam normais nos anos iniciais do ensino fundamental. Essa também é a situação do colégio Getúlio Vargas, no Bairro Saco dos Limões, onde pararam os professores dos anos finais do fundamental e todo o ensino médio. Cerca de 740 alunos estão sem aulas.
Para o Sinte, primeiro dia surpreendeu
A coordenadora-geral do Sinte, Alvete Bedin, afirmou que os números superaram as expectativas do sindicato, que realizou nesta quarta-feira assembleias regionais para definir o comando de greve regional e mobilizar mais os professores.
— Tivemos reuniões cheias em muitas cidades. Em Itajaí e Lages ficamos muito surpresos pela quantidade de pessoas. Esperamos que amanhã (quinta-feira) as escolas terminem de fechar as portas. Eles ficaram ainda mais mobilizados pela ausência de proposta na terça-feira — ressaltou.
No próximo domingo será definido o comando de greve estadual, que terá um representante de cada uma das 30 regionais. São eles que vão participar da audiência com o governo, na próxima segunda-feira. Caso recebam uma proposta — o que é esperado pelos trabalhadores —, na terça-feira, novas assembleias regionais vão discutir o valor apresentado.
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