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 | 13/04/2011 09h36min

Funcionário do hotel em Blumenau se salva de explosão por cinco minutos

Ele é responsável por ligar as caldeiras aquecedoras de água às 6h em ponto

Jefferson Inácio de Souza vivenciou ontem os cinco minutos mais longos de seus 21 anos. O relógio marcava 5h55min. Jefferson acabara de pôr o coturno e a calça do uniforme e vestia a última peça: a camiseta azul-marinho do Hotel Plaza Blumenau. Estava apressado, pois às 6h em ponto precisava ir à sala das máquinas e ligar uma das duas caldeiras aquecedoras de água para o banho dos hóspedes.

A gola mal passara pelo pescoço quando ouviu um estrondo que estremeceu o vestiário, no primeiro andar. Os sinais dos destroços levaram Jefferson, ainda atônito, justamente para a sala das máquinas. Era a explosão de um dos boilers, aparelho responsável pelo aquecimento da água do hotel, que destruiu parcialmente dois andares do prédio anexo e parte de um edifício ao lado.

Bombeiros que atenderam à ocorrência compararam o rombo provocado pela pressão do vapor à potência de uma bomba. 

- Tomei um susto e só pude pensar em correr para ver o que era. Foi sorte ter acontecido antes de eu entrar na sala _ narrou Jefferson, ainda com os olhos alvoroçados.

O acesso à sala das máquinas é por uma escada ligada ao refeitório dos funcionários. O ambiente permaneceria vazio por poucos minutos, pois a água do café já estava fervendo no fogão da cozinha ao lado, e seria servido.

O tenista espanhol Adrian Menendez, 25, acordou com o estrondo. Ele e outros 200 hóspedes foram recomendados a descer imediatamente do quarto onde estavam para desocupar o prédio. Apesar do susto, ninguém se feriu.

O impacto do estouro abriu uma cratera que demoliu a parede frontal dos três andares do prédio das máquinas, direcionado para a Rua Curt Hering. Os destroços de alvenaria foram lançados 200 metros à frente e atingiram carros estacionados, além de envergar os postes de iluminação da rua. No Salão de Cristais, área de festas do hotel, estilhaços de vidro se misturaram aos escombros e à água que jorrou das máquinas pelo buraco da parede.

Estouro atingiu restaurante e apartamentos vizinhos

A cozinha do Buffet Curt Hering, restaurante anexo ao prédio das máquinas, foi destruída com o impacto. Entre as mesas de refeições, tijolos e poeira foram lançados por uma fenda de 2 metros de diâmetro que se abriu entre a parede e o teto. Acima do restaurante, há nove apartamentos residenciais.

O casal José Fraga e Maria Rute levantou atordoado com a explosão. A parede do quarto dos quatro filhos, no segundo andar do Edifício Lizelotte, é colada à da sala das máquinas do hotel. Ainda assim, apenas a vidraça da sala foi quebrada. O Corpo de Bombeiros isolou o quarteirão.

Técnicos da SC Gás fecharam duas válvulas da estação que abastece o Centro para conter o vazamento provocado pelo rompimento dos dutos de gás, responsáveis por acionar as caldeiras. A eletricidade também foi desligada.

Os hóspedes, que ainda não haviam tomado o café da manhã, foram encaminhados ao Hotel Glória e remanejados a outros mais próximos do Centro. Puderam retornar apenas duas horas depois do acidente para retirar os pertences.

Por volta das 17h, o fornecimento de gás natural e de energia elétrica foi restabelecido.

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