Porto Alegre Em Cena | 24/09/2009 17h53min
A 16ª Edição do Porto Alegre em Cena chega ao seu fim cumprindo a missão de centralizar as principais produções cênicas do mundo nos palcos da capital gaúcha. Após três semanas de uma intensa maratona cênica, os porto-alegrenses se despedem com pesar das noites recheadas com a produção cultural de diversas partes do Brasil e do estrangeiro.
O festival apresentou 58 espetáculos: 22 internacionais e 36 nacionais, sendo que 14 dessas são produções gaúchas. Entre as atrações estrangeiras figuraram produções da Argentina, Canadá, Colômbia, França, Itália, Israel, Portugal e Uruguai. Já os espetáculos nacionais vieram de diversas regiões do país: Bahia, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
Já consolidado como maior festival cênico brasileiro, o Em Cena ruma a passos largos para consolidar seu espaço na agenda cultural internacional. Em 1994, quando iniciou sua trajetória, o evento contou com apenas três peças
estrangeiras: “Céu por
Terra”, “O Homem com a Flor na Boca”, ambos da Itália e “Rojos Globos Rojos”, da Argentina. Em 2009, o número de produções internacionais superou as expectativas trazendo 19 montagens a mais do que o início, mostrando que o momento do POA Em Cena é de expansão.
O vencedor do “Prêmio Braskem” de melhor diretor, Zé Adão Barbosa, enfatiza que a internacionalização do Em Cena é um dos maiores méritos do festival, já que oportuniza a população de Porto Alegre uma mostra daquilo que de melhor se produz em teatro.
― Acho que o grande mérito do Porto Alegre em Cena nesses 16 anos foi trazer espetáculos que dificilmente nós conseguiríamos assistir. Esse espetáculo do Bob Wilson (referente a peça Quartett), por exemplo, é um espetáculo extremamente difícil de se ver. (...) então eu acho que o maior mérito do festival é não só movimentar Porto Alegre durante duas semana com os teatros completamente lotados, pessoas que não vão normalmente ao teatro e ficam excitadas pela
possibilidade de ver
espetáculos internacionais, mas de trazer essas peças até nós.
Outro fator festejado por Zé Adão é o Projeto de Descentralização, que leva cultura as regiões periféricas da cidade.
― Quando que a periferia iria imaginar em ver Tônia Carrero, por exemplo, sentadinha com um tênis em cima de uma mesa e, agora, a Luana Piovani... Eu ainda me questionava: será que a Luana Piovani semi-nua no Partenon, num clube de bairro, com palavrões iria das certo? Mas a receptividade foi fantástica! O teatro deveria ser sempre levado a todos os bairros. Nós não temos um programa ainda que possa custear as peças, os elencos... Imagina, que maravilha! O teatro em todos os bairros da cidade. Seria fantástico!
Segundo Zé Adão Barbosa, o Porto Alegre em Cena coloca o Rio Grande do Sul no mapa das grandes produções culturais.
― Acho que o Luciano Alabarse é um cara genial por ter criado esse festival... Tenho certeza de que, a
partir do Porto Alegre em Cena, Porto Alegre
deixou de ser um pólo cultural como sempre foi considerado. O centro cultural sempre era Rio/São Paulo. Porto Alegre hoje é um dos centros culturais do Brasil, em termos de teatro e a nível de Rio e São Paulo.
Zé Adão Barbosa ganhou prêmio de melhor diretor por seu trabalho em "A Arca de Noé"
Foto:
Daniel Freitas. clicRBS
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