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 | 24/09/2009 05h30min

Pelas ruas: mãe que pintou escola lamenta pichações

Projeto deu novas cores a estabelecimento no ano passado

Uma mãe que desenvolveu um projeto de pintura para uma escola localizada na Travessa Irmão Pedrono, no bairro Teresópolis, está abalada com as pichações no estabelecimento de ensino. Denise Leal Quevedo ensinou estudantes de 5ª à 8ª série da Escola Estadual Ensino Fundamental Simões Lopes Neto a pintar os muros e paredes do prédio, entre abril e outubro do ano passado. As pinturas, entretanto, foram pichadas diversas vezes, durante as férias e nos finais de semana.

A punição de um estudante que pichou uma escola nesta semana, em Viamão, foi considerada um bom exemplo pela artesã:

— A vice-diretora fez muito certo, pode ter exagerado ao dizer que ele é um bobo da corte, mas ele tinha mesmo que arrumar o que fez de errado. Vale a máxima "se sujou, tem que limpar" — argumenta.

Denise tem uma filha que já estudou na escola, Marcelle, 15 anos, que agora está no Ensino Médio, e uma filha que está na terceira série da instituição, Monique, 9 anos.

— Sempre fui uma mãe presente no ambiente escolar. Eu ministrava uma oficina sobre materiais recicláveis quando vi que a escola tava sem vida, sem cor. Com as pichações, fiquei muito triste. Hoje, ao escutar os alunos falando do que ocorreu, observei uma imensa tristeza nos olhinhos deles.

Confira em vídeo depoimento sobre a situação enfrentada na escola:

Segundo Denise, não há nada definido sobre a realização de uma nova pintura no local:

— Desanima um pouco, a gente vai lá e pinta, eles vão e picham de novo. Todos os dias eu olho aquilo e eu sei que ninguém foi punido. Quem faz isso não teve educação em casa, acho que eles gostam de ver a destruição — comenta.

A vice-diretora do turno da tarde, Vera Marina Lima Linck, acompanhou o trabalho desenvolvido pela artesã e afirma que o retorno dos alunos foi excelente em relação ao visual que a escola ganhou.

— Quando eles viram a primeira pichação, ficaram muito indignados, viram todo o trabalho que desenvolveram estragado — relata a professora.

Vera fica impressionada com a audácia dos pichadores. Segundo ela, eles subiram até a caixa de água para deixar suas marcas.

— Os pichadores não tem medo, eles sabem que vão sair impunes. Felizmente, a comunidade é muito boa, e quando acontece algo errado, os pais tomam a iniciativa e fazem seus filhos consertarem o que por ventura estraguem.

Vera afirma que é intenção do estabelecimento apagar os traços deixados pelos pichadores, mas lembra que "a verba é curta"e que não há garantias de que os autores das pichações voltem a agir.

— Primeiro vamos consertar vidros que foram quebrados quando atiraram pedras. A escola desenvolve um trabalho com professores e orientadora pedagógica para conscientizar o corpo discente sobre o uso e valorização do espaço da escola.

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