Copa 2014 | 30/01/2014 13h40min
As indefinições quanto à realização da Copa do Mundo em Curitiba geram temor em diferentes segmentos da cidade. São hotéis, comércios, bares e restaurantes que estimavam aumento nos ganhos durante o evento com a presença de pelo menos cem mil visitantes estrangeiros vivendo agora um misto de expectativa e apreensão.
Tudo deve ser definido em 18 de fevereiro, quando será apresentado um relatório geral das obras na Arena da Baixada para definir se o estádio ficará ou não pronto a tempo.
— Estamos trabalhando com turno cheio, nos sete dias da semana, para colocar em dia o cronograma das obras. O terceiro turno ainda não está definido, mas pode ocorrer se houver necessidade — explicou o secretário estadual da Copa, Mario Celso Cunha.
Cerca de 1,1 mil funcionários trabalham em tempo integral nas obras no estádio, que nesta semana teve avanços importantes, como a conclusão na instalação do gramado, além da quase finalização na cobertura. Outro ponto foi a instalação das cadeiras, que chegam a 7 mil unidades colocadas — a Fifa exige que até o dia 18 tenham sido instalados, pelo menos, 15 mil assentos.
Com o status de uma das sedes mais procuradas para o evento — atrás apenas de São Paulo, onde se realiza a abertura, e Rio de Janeiro, onde será a grande final — Curitiba teve 13 mil leitos bloqueados pela Fifa. A informação é da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Paraná (ABIH-PR), que calcula um prejuízo de pelo menos R$ 70 milhões caso haja o cancelamento dessas reservas.
O presidente da instituição, Henrique Lenz César Filho, informa que 80% dos leitos na cidade estão voltados para o evento, o que implicou também em investimentos em infraestrutura e pessoal. Desde 2011, ocorrem treinamentos e capacitações para o atendimento aos visitantes, além de reformas nos estabelecimentos.
— Fica um legado para a cidade, mas temos de considerar que haverá perdas para diversos setores, refletido em muitos anos, já que a nossa imagem perante visitantes do exterior ficará afetada — informa o diretor da Associação Brasileira de Bares e Restauras do Paraná (Abrasel-PR), Luciano Bartolomeu.
Sede alternativa
De acordo com o secretário estadual da Copa, Mario Celso Cunha, a Fifa acredita que tudo se resolverá nos próximos dias e não será necessário um plano B para os quatro jogos previstos para a capital paranaense. Segundo ele, mesmo que o orçamento do estádio chegue à casa dos R$ 300 milhões, a Arena da Baixada continuará sendo a praça esportiva mais barata do Mundial, com o menor custo empregado.
Em relação às sedes alternativas para a realização dos jogos, ele sustenta que tudo não passa de especulação. A própria Fifa sabe os prejuízos que representaria uma mudança, já que os ingressos para a sede paranaense estão praticamente esgotados.
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