| 21/09/2009 17h59min
A decisão sobre como o Brasil vai retaliar os Estados Unidos por causa dos subsídios ao algodão está dividindo o governo brasileiro. Alguns ministérios defendem trocar o aumento de tarifas pela abertura do mercado norte-americano.
Lideranças da cotonicultura se reuniram com representantes da Câmara de Comércio Exterior para cobrar uma posição do governo sobre a retaliação aplicada aos Estados Unidos.
– Existe uma preocupação muito grande, porque ao estudar os produtos é preciso estar atento a não criar um custo adicional às cadeias produtivas, porque muitos dos produtos que estão na lista de importados dos Estados Unidos são insumos para produção de outros produtos, ou seja, não pode dar um tiro no pé – afirma Haroldo Cunha, presidente da Abrapa.
A Organização Mundial do Comércio concedeu ao Brasil o direito de retaliar os Estados Unidos , no valor de US$ 800 milhões por descumprirem regras do comércio internacional e subsidiarem a produção de algodão. O país estuda como isso vai ser feito, mas nos bastidores há um impasse entre a vontade dos produtores e a intenção do governo.
As posições dentro do governo brasileiro estão divididas. De um lado, estão os ministérios da Agricultura, Relações Exteriores e Desenvolvimento, Indústria e Comércio. De outro, estão outros quatro, coordenados pela Casa Civil, que simpatiza com o processo de compensação. Em vez de aumentar as taxas sobre os produtos importados dos Estados Unidos, o Brasil abriria mercado para outros produtos nacionais, como o etanol.
– É aí que nós achamos que não pode haver uma negociação em qualquer outro setor que o algodão ficaria de fora. Isso é inaceitável – enfatiza Cunha.
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