| 18/09/2009 09h44min
O Brasil ainda não decidiu se vai retaliar os Estados Unidos por causa dos subsídios ao algodão. Foi o que disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao representante comercial do governo americano, Ron Kirk. Os dois se reuniram para discutir o assunto, em Brasília, nessa quinta, dia 17. Enquanto o governo brasileiro não decide que medidas tomar, os produtores de algodão no país podem ser beneficiados por outra disputa, entre Estados Unidos e China.
Os incentivos do governo dos Estados Unidos ao algodão foram tema de anos de disputa com o Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). A OMC considerou os subsídios ilegais e autorizou o governo brasileiro a retaliar. Na quinta, em Brasília, Ron Kirk disse que a melhor solução é um acordo. Mas ressaltou que cabe apenas ao Brasil tomar uma decisão. Já o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou apenas que espera mudanças na política americana de subsídios.
O setor de algodão no Brasil espera levar alguma vantagem, já que foi por ele que veio a vitória contra os americanos na OMC. Enquanto nada se decide, o benefício pode vir de uma disputa entre Estados Unidos e China. Maiores importadores de algodão, os chineses ameaçam interromper as compras dos americanos, principais fornecedores. Se isso acontecer, a expectativa é de que o Brasil aumente a participação no mercado chinês.
– O Brasil já exporta algodão para a China, mas os Estados Unidos é o que mais exporta para eles. Caso houvesse tarifas mais altas, abriria uma brecha muito boa para o algodão brasileiro. Muito difícil imaginar qual o volume sem saber qual a tarifa, o que seria feito. Mas eu diria que seria um volume significativo, uma vez que o Brasil, comparado às exportações americanas, faz uma pequena proporção – avalia Marcelo Escore, presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).
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