| 17/09/2009 19h09min
Com as recentes fusões e aquisições no setor de carnes, pecuaristas temem a concentração de mercado, o que leva a falta de opção para a venda. Por outro lado, a Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) e algumas entidades que representam o setor analisam as negociações de forma positiva, sendo uma oportunidade de fortalecer as empresas no mercado internacional.
A semana foi movimentada no setor de carnes. Primeiro veio o anúncio da compra da Seara pelo Marfrig. Depois a aquisição da norte-americana Pilgrim´s pela JBS que também se uniu ao Bertin.
Como o setor brasileiro vê essas negociações? Concentração ou oportunidade de estar mais presente no mercado internacional? Frigoríficos menores temem o controle de preço e os pecuaristas a falta de opção no mercado.
O analista de mercado Cesar de Castro Alves lembra que, em muitas, regiões do país as companhias eram fortes concorrentes e que, agora, as opções de venda dos produtores diminuíram:
– É muito positivo para as duas empresas, para o Brasil também. Vai fortalecê-las, mas nem tanto os produtores. Porque antes, eles tinham duas opções de venda, agora essas duas empresas são uma opção de venda. Em muitas regiões, essas empresas competiam fortemente por bois e, hoje, elas não vão mais competir porque elas vão ser um preço só.
Para o diretor titular do Departamento de Agronegócio da Fiesp, Benedito da Silva Ferreira, as próprias empresas que se uniram e os órgãos de controle devem prestar atenção para a garantia de renda do produtor rural.
– A gente acha que o governo, através dos órgãos de controle de desenvolvimento econômico, o CADE, tem que ter cuidado e olhar para isso. Quer dizer, é de grande importância a concorrência, que se mantenha um nível de concorrência sadio no mercado, que haja fiscalizações e que não se reduza a margem do produtor que hoje já é curta.
Entretanto, Benedito Ferreira avalia que, no momento de recuperação da economia, é natural que haja as consolidações, com grandes grupos buscando a internacionalização e, consequentemente, a capitalização dos negócios. Além disso, ele afirma que no futuro próximo, o Brasil vai ser o maior produtor de proteína animal e, por isso, o país precisa de empresas fortes e consolidadas.
– E para liderar, nós precisamos ter grandes empresas, grandes players que tenham condições realmente de se internacionalizarem e de ter níveis de competição adequados.
É a mesma avaliação feita pelo presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), Francisco Turra.
– A gente tem uma marca. Precisamos ter grife, marcas fortes, isso é importante para o setor e para o Brasil. Não vai haver nenhum problema para pequenos e médios. Nós vamos ter mais oportunidades, vamos potencializar essa grande força do setor.
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