| 16/09/2009 12h41min
O JBS Friboi anunciou nesta quarta, dia 16, dois importantes negócios no Brasil e no Exterior. O primeiro deles é uma associação entre o grupo brasileiro, que já é o maior do mundo em carne bovina, com o frigorífico Bertin, também um dos maiores do pais.
O início das negociações foi divulgado com exclusividade pelo Canal Rural no programa Agribusiness no mês de janeiro. Na época, as duas empresas negaram as negociações, mas nos apuramos que o BNDES estava participando dos encontros entre as duas companhias. E hoje foi confirmada a associação.
Fontes do setor acreditam que agora este gigante da carne deve ficar com 20% do abate de bovinos no país. As duas empresas comunicaram ao mercado que vão se associar por meio de uma holding, que vai deter o controle das duas companhias.
De acordo com fato relevante divulgado ao mercado, a distribuição do capital dessa administradora deve ser de 60% para a JBS e 40% para a Bertin. As diretorias das empresas ressaltam que a associação ainda deve ser analisada por autoridades de defesa da concorrência no Brasil e no Exterior, e garantem que toda a operação vai seguir os processos legais.
Para a JBS, a associação estratégica representa a diversificação no setor de lácteos, a criação de uma das maiores empresas de processamento de couro do mundo e o crescimento de canais de distribuição.
– A Bertin sempre foi uma companhia que trabalhou com margens bastante altas, porque agrega bastante valor, não crescendo tanto na sua base. O JBS cresceu bastante na sua base e agora, com essa associação, começa a agregar mais valor. Ambas as empresas tiveram olhos muito fortes no mercado internacional. Novamente vamos unir forças para sermos uma empresa de expressão realmente global em termos de comércio internacional de proteínas – afirmou o diretor de relações internas da JBS, Jerry O’Callaghan.
– A gente imagina que a somatória de um mais um dá mais do que dois e nisso com certeza ganha o Brasil e a pecuária brasileira – Disse o presidente da Bertin, Fernando Antônio Bertin.
Mas o JBS não parou por aí, e anunciou também a compra de boa parte das ações da segunda maior processadora de carne de frango dos Estados Unidos.
O grupo também anunciou nesta quarta que fechou acordo para compra de 64% da Pilgrim’s. A operação foi confirmada em fato relevante divulgado pela manhã. A empresa foi avaliada em US$ 2,8 bilhões. O acordo foi anunciado primeiro pela própria norte-americana, que divulgou seu plano de reestruturação, pelo qual pretende sair da concordata, declarada há nove meses.
Os negócios representam o fortalecimento da liderança global no segmento de carne bovina, o início das atividades no setor de aves e a retomada da trajetória de crescimento, por meio de aquisições e parcerias. As três empresas juntas representam um faturamento global de aproximadamente US$ 30 bilhões.
Juntas, as companhias conseguem a liderança no processamento de carne bovina no Brasil, Austrália, Argentina, Itália e com posição de destaque nos Estados Unidos. A capacidade global de processamento é de mais de 90 mil cabeças de bovinos por dia e, em relação às aves, são mais de sete milhões por dia. De acordo com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, a fusão entre Bertin e JBS representa mais ganhos no mercado internacional do que no mercado interno.
– Nós temos que esperar qual é o impacto. Evidentemente que a fusão se deu pela necessidade que as duas empresas tinham de conseguir maior escala de produção e melhor mercado, principalmente, na atuação externa. Ou seja, conseguir uma melhor condição no mercado externo e nós acreditamos que isso deva acontecer. Não acreditamos que haja grande mudança em termos do mercado interno ou em relação aos produtores.
A companhia americana possui 33 plantas processadoras nos Estados Unidos, três no México, e uma em Porto Rico. São 41 mil empregados. Segundo a Agência Dow Jones, o frigorífico brasileiro vai desembolsar US$ 800 milhões na operação.
A Pilgrim's informou nos Estados Unidos que pretende sair da concordata antes do fim de dezembro. O plano de reestruturação ainda tem que ser aprovado pelas autoridades competentes do país.
O Brasil possui hoje 750 plantas frigoríficas em funcionamento, sendo que mais de 100 unidades são controladas pelos cinco maiores grupos da indústria da carne no país. Segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), estas companhias são responsáveis por 90% das exportações de carne bovina, e por cerca de 35% do abastecimento do mercado interno.
Para a Abrafrigo, existe um excesso de concentração no setor, o que prejudica o desempenho dos pequenos e médios empreendimentos.
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