| 03/10/2008 11h37min
O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou hoje que os ajustes nas regras dos depósitos compulsórios, anunciados ontem à noite, têm o objetivo de atender a um segmento específico do mercado, que são as instituições financeiras de pequeno e médio porte, que tem como grande fonte de captação o mercado de atacado.
E, portanto, essa era a medida mais adequada para ser tomada no momento para a manutenção das boas condições do funcionamento dos mercados. Meirelles explicou que o BC está tomando as medidas para preservar o sistema financeiro dos efeitos da crise financeira internacional e que essa foi uma ação complementar nessa direção, visando direcionar recursos específicos para esse segmento.
— O BC está absolutamente sensível aos acontecimentos e também a qualquer medida que for necessária a ser tomada — afirmou.
Entenda a crise:
Meirelles enfatizou que "o BC não tomará medidas por reação psicológica, em reação à ansiedade, por preocupação do que está acontecendo nos outros mercados". Nesse sentido, Meirelles destacou que os bancos brasileiros não têm perda de crédito.
— A situação é muito sólida. Esse problema é meramente externo e não devemos, psicologicamente, importar a crise. As medidas que forem necessárias serão tomadas. E as que foram anunciadas são as que julgamos suficientes neste momento — afirmou em Buenos Aires, onde participou de café da manhã promovido pela embaixada do Brasil na Argentina.
Meirelles disse também que "não há aumento de inadimplência no crédito e, portanto, a situação financeira
dos bancos é boa". Ele reconheceu que existe uma
preocupação com os bancos médios. Mas ponderou que "por tudo o que analisamos, as carteiras desses bancos são muito boas e estão em condições, perfeitamente, de serem comercializadas, se necessário".
A situação do sistema financeiro brasileiro, segundo Meirelles, é diferente dos EUA, onde existe risco de solvência das instituições. Copom Meirelles, afirmou que ainda é muito cedo para fazer previsões sobre as próximas decisões sobre política monetária.
— Sobre as discussões futuras, seja nas esferas de mercado, política, financeira ou popular, é importante dizer que a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) será no fim de outubro e temos um mês até lá. E, neste momento, um mês é uma eternidade na economia mundial. Indagado se, por levar tanto tempo, o Copom poderia antecipar sua reunião, Meirelles descartou essa hipótese.
— Não temos necessidade de antecipação da reunião do Copom — afirmou. Ele reiterou que é prematuro tomar decisões baseada
em situação de curto prazo no
mercado internacional.
— Minha mensagem é que a economia brasileira vai muito bem — afirmou.
Atualmente, a taxa básica de juros brasileira, a Selic, está em 13,75% ao ano.
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