| 02/10/2008 14h44min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou hoje da "lentidão" do governo dos Estados Unidos em buscar soluções para resolver a crise financeira. Em um encontro com representantes de cooperativas de crédito no Palácio do Planalto, ele se queixou que precisa esperar as decisões do presidente americano George W. Bush para tomar as suas na economia brasileira.
— Não quero ser algoz do Bush, mas preciso saber como devo me programar. Essa incerteza na condução americana leva a uma incerteza interna, mas não a uma insegurança — afirmou o presidente, segundo relatos de participantes do encontro.
Ao grupo, Lula ressaltou que estará "ligado" para evitar a falta de crédito em todas as etapas da produção da agricultura. Ele comentou sobre o reforço de mais R$ 5 bilhões para as linhas de crédito ao setor, anunciado ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
— Vou estar ligado para que não faltem recursos na hora da comercialização. Todos estamos muito
atentos — afirmou Lula, ainda de
acordo com participantes da reunião.
Ele comentou sobre o clima de expectativa no mercado internacional com o pacote do governo americano de US$ 700 bilhões para estabilizar o sistema financeiro. O presidente ainda falou sobre as incertezas no processo de votação do pacote de medidas pela Câmara americana, que rejeitou a primeira proposta na segunda-feira (dia 29).
— Num dia tem pacote, em outro dia não tem pacote — disse.
Na avaliação do presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, Lula demonstrou que o governo acompanha com "atenção" e "cuidado" o desenrolar da crise.
— O presidente está otimista e seguro. Nós dissemos que a antecipação de R$ 5 bilhões para a agricultura deu tranqüilidade e segurança ao mercado — afirmou.
Antes de receber os representantes de cooperativas, o presidente se reuniu com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles, no Planalto, para uma nova avaliação
da crise financeira. Na noite de ontem, Lula já havia se reunido com Mantega e Meirelles para tratar da questão.
Entenda a crise
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