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 | 02/10/2008 11h25min

Prêmio Nobel da Paz 2006 e chefe da OIT criticam sistema financeiro

Para Mohammed Yunus, crise que atinge o mundo é um desastre que "afeta mais os pobres do que os ricos"

O Prêmio Nobel da Paz 2006, Mohammed Yunus, e o secretário-geral da Organização Mundial do Trabalho (OIT), Juan Somavía, criticaram nesta quinta-feira a maneira na qual vinha funcionando o sistema financeiro internacional e a forte desregulação nesse setor.



Para Yunus, o sistema financeiro funcionou como um "cassino" e a excessiva especulação causou "um tsunami que agora todos estamos sofrendo", mas disse que a responsabilidade dessa situação é compartilhada, e não recai apenas nas empresas de serviços financeiros.

— Quando (o sistema) entra em colapso, todos nós ficamos tristes e o mundo inteiro é vítima — disse Yunus, em entrevista coletiva posterior a sua participação no primeiro Fórum Mundial das Microfinanças, realizado ontem e hoje, em Genebra.

Na entrevista coletiva, também compareceu o secretário-geral da OIT, que considerou que parte da atual crise financeira se deve a que, nas últimas três décadas, foi considerada às cegas que a desregulação do sistema financeiro era o melhor, acima de qualquer outra consideração.

— Quando esse pensamento se impôs (sobre a regulação), transformou-se em uma ideologia — disse.

Além disso, Yunus disse que a crise que atinge o mundo é um desastre que "afeta mais os pobres do que os ricos", pois, para os primeiros, pode significar que "se tinham duas refeições por dia, provavelmente terão que passar para uma". Lembrou que esta situação coincide também com o forte aumento do preço dos alimentos e a instabilidade da cotação do petróleo.

— Este é um cenário muito triste para as pessoas pobres — disse.

Somavía defendeu que, neste momento de instabilidade financeira, são necessários políticas e mecanismos técnicos, não só para aliviar a situação dos mais pobres, mas para enfrentar o previsível aumento do desemprego e das dificuldades das pequenas e médias empresas.

— Precisamos de um equilíbrio entre a regulação pública, a criatividade do mercado, a voz da sociedade e a satisfação das necessidades das famílias e das comunidades, que, no fim, são a razão de tudo — disse Somavía.

EFE
 
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