| 02/10/2008 13h45min
O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu nesta quinta-feira que há muitas possibilidades de que os Estados Unidos se encaminhem para uma profunda e prolongada recessão, após analisar os fatores que geraram a atual crise econômica no país. Embora o estudo incluído pelo FMI em seu último relatório semestral "Perspectivas Econômicas Mundiais" se refira a conclusões extraídas de episódios anteriores de crises econômicas, o conteúdo é uma clara advertência a que os Estados Unidos se encaminham para uma profunda recessão.
— Alguns aspectos da atual situação nos Estados Unidos se parecem com anteriores episódios de tensão financeira relacionados com o setor financeiro que foram seguidos por recessões — afirmou o FMI no capítulo 4 do relatório, intitulado "Tensões financeiras e desacelerações econômicas".
— Ao comparar o atual episódio de tensão financeira com episódios anteriores, observa-se que persiste uma grande probabilidade de que ocorra uma forte desaceleração
nos Estados Unidos —
afirmou o relatório.
Para chegar a esta conclusão, o Departamento de Pesquisa do FMI estudou 113 episódios de turbulência financeira ocorridos em 17 países desenvolvidos durante os últimos 30 anos. Subir Lall, subdiretor do departamento, disse que "nem todos os episódios de tensões financeiras terminaram em esfriamentos econômicos ou depressões".
No entanto, o FMI conclui que, tomando como base o índice de eventos passados, "o atual episódio de tensão financeira é um dos mais intensos nos Estados Unidos e um dos mais extensos, já que afeta quase todos os países da amostra".
O FMI também destacou que, embora nem todas as tensões financeiras terminem em recessões, "quando uma desaceleração ou uma recessão está precedida por tensões financeiras, e especialmente quando estas tensões se concentram no setor bancário, no geral esta desaceleração ou recessão é consideravelmente mais grave que as não precedidas por tensões financeiras".
— Concretamente, os esfriamentos ou recessões
precedidas por tensões relacionadas a bancos tendem a representar prejuízos acumulados de produção duas a três vezes maiores e durar de duas a quatro vezes mais — disse Lall.
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