| 08/06/2008 11h20min
Senadores da oposição ao governo cobram da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, esclarecimento sobre pressões que livraram o comprador da VarigLog do pagamento de uma dívida tributária calculada, há dois anos, em R$ 2 bilhões. O senador Demóstenes Torres (PSDB-GO) afirma que Dilma e a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, que comandou reuniões do processo de venda da companhia, deixaram o 'prejuízo' para a União e o contribuinte.
Ao comentar reportagem publicada neste sábado pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre essas pressões, Torres disse que está claro o 'jogo de influência' no governo.
— Quando se vende uma coisa se vende tudo, a parte boa e a parte ruim. Sem a exigência da responsabilidade pela dívida, o prejuízo ficou para a União, isto é, para todos nós — afirmou.
Demóstenes Torres avalia que, a partir do depoimento de Denise Abreu no Senado, a oposição terá condições de abrir caminho para a instalação de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI).
— Se a Denise Abreu confirmar as denúncias estará aberto o caminho para a CPI da Dilma ou da Varig. Essa CPI deve investigar toda a rede de influências, inclusive o compadre — afirmou, referindo-se ao advogado Roberto Teixeira, que atua no setor aéreo, e tem relação pessoal com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Senadores oposicionistas sugerem que Dilma Rousseff se antecipe e dê explicações ao Congresso sobre a venda da VarigLog ao fundo americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros. Para o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), há uma superproteção da base aliada no Congresso em torno da ministra-chefe da Casa Civil.
— E o mais grave é que ela demonstra precisar disso, pois as denúncias estão ficando irrespondíveis — afirma o líder tucano.
Ele não considera que a pressão política sobre Dilma decorreria da possibilidade de eventual candidatura dela à Presidência.
— Isso está ocorrendo porque ela
agiu errado — diz Virgílio.
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