| 07/06/2008 09h26min
Relatos de funcionários que participaram das negociações do caso Varig mostram que Erenice Guerra, a secretária executiva da Casa Civil e braço direito da ministra Dilma Rousseff, coordenou reuniões para ajudar a livrar a Varig de dívidas tributárias.
Pelo menos seis delas foram dedicadas a tentar contornar um impasse criado pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que exigia o repasse da responsabilidade pelo pagamento de dívidas tributárias da empresa — na época calculadas em R$ 2 bilhões — ao novo proprietário.
De acordo com as fontes, Erenice era responsável por buscar soluções para pendências técnicas também na Infraero e no Ministério da Defesa. Ao longo do processo, Erenice acabou se tornando o principal canal do Planalto com as demais áreas do governo envolvidas na operação de venda.
A ministra Dilma Rousseff entrava nas negociações para telefonar aos técnicos e dirigentes de outros órgãos quando o empenho de sua principal
auxiliar não surtia efeito. Segundo um
dirigente, a assessora de Dilma, embora fosse vista como uma funcionária rigorosa, era mais sutil no trato que a própria ministra.
As divergências jurídicas do então procurador-geral da Fazenda, Manoel Felipe Brandão, em relação à venda da Varig, foram reveladas pela ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu em entrevista ao Estado.
A ex-diretora e outros ex-dirigentes de órgãos da aviação também acusam Dilma Rousseff de ter pressionado a Anac para que não exigisse documentos que atestassem a origem do capital dos sócios brasileiros da VarigLog. A exigência dificultaria a venda.
Os interessados em adquirir a empresa eram clientes do advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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