| 14/11/2009 18h10min
Quando chegou a Rio Branco no Acre, vindo do interior do Estado para trabalhar como taxista, Hilário Moreira de Araújo tinha um sonho: ter sua própria área de terra para trabalhar na produção. Os amigos achavam que era loucura, que não dava dinheiro, mas Hilário insistiu no sonho, comprou uma chácara de 4,5 hectares no Polo Agroflorestal Benfica e há seis anos sobrevive basicamente da plantação de couve.
Ele também cultiva cebolinha, coentro e macaxeira. O agricultor tem um lucro semanal entre R$ 400 e R$ 500 e pretende ampliar os lucros a partir de janeiro com uma novidade, o investimento na plantação de mil pés tomates.
A plantação de tomate só foi possível graças ao apoio da Prefeitura de Rio Branco por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Floresta (Safra) e da consultoria do Sebrae em Santa Catarina e Sebrae no Acre. A chácara de Araújo é a primeira a receber o experimento que, segundo o técnico em agropecuária, Jessé Advíncola, tem o objetivo replicar em Rio Branco, o sucesso do plantio que vem sendo realizado desde o ano passado na região do Vale do Juruá com 15 famílias.
— Aqui em Rio Branco, começamos na propriedade do Hilário, mas vamos dar seqüência ainda este mês em mais cinco unidades, uma em cada um dos polos agroflorestais do município, além do projeto de Assentamento Benfica — diz Jessé.
Cada unidade contará com plantio em áreas protegidas, com irrigação e cobertura, de 500 metros quadrados, perfazendo um total de mil mudas que devem produzir, segundo os técnicos da Safra, nessa primeira etapa, entre quatro e cinco toneladas de tomates por unidade, a partir de janeiro.
— Esta é uma expectativa modesta, mas como estamos preparando a primeira safra, trabalhamos com números iniciais e a expectativa é de que, à medida que avancemos no plantio, melhoremos a colheita a cada safra, a exemplo do que vem acontecendo no Vale do Juruá — avalia Jessé Advíncola.
A chácara Novo Horizonte é a base do projeto experimental na capital. Lá são produzidas as mudas que serão plantadas nas outras unidades. Todo o trabalho é acompanhado pela consultora do Sebrae em Santa Catarina Jany Erdmann Toloza.
— Nós estamos na fase de implantação em Rio Branco e como o solo daqui não é muito diferente do Vale do Juruá, acreditamos que não teremos muitas dificuldades na plantação, principalmente porque o investimento vem sendo em sistema protegido e com ampla assistência técnica até que os produtores possam caminhar sozinhos — diz Jany.
A opção pelo investimento em tomate, segundo os técnicos da Safra se dar por dois motivos: a boa lucratividade do produto por área plantada e o fato de que praticamente toda a produção consumida em Rio Branco é importada de outros Estados.
Para Araújo, investir no cultivo de tomate, antes de uma experiência inovadora, é a esperança de melhoria na lucratividade da propriedade.
— Eu ainda não entendo muito bem como funciona, mas estou aprendendo e interessado em progredir na produção. Já sei, por exemplo, que os bons resultados dependem não só da assistência técnica, mas também de como produtor faz o manejo — conclui o produtor.
AGÊNCIA SEBRAE