| 26/09/2009 02h02min
Enquanto tomam um primeiro passo histórico em direção ao reequilíbrio da economia gobal e da estrutura de poder, os líderes do Grupo dos 20 (que reúne as nações mais industrializadas e as principais emergentes do mundo) sinalizaram a sua determinação em dar suporte à recuperação econômica em curso.
No comunicado divulgado ao final do encontro de cúpula de dois dias, ontem, os presidentes e primeiros-ministros do bloco disseram que os esforços conjuntos para restaurar o crescimento e reparar o debilitado sistema financeiro “funcionaram”. Mas o G-20 concordou que ainda é muito cedo para começar a desfazer as medidas monetárias, fiscais e financeiras sem precedentes, que ajudaram a conter a turbulência e tirar a economia global fora da recessão.
“Um senso de normalidade não deve levar à complacência”, diz a nota do comunicado. “Prometemos hoje sustentar nossa forte resposta política até que uma firme recuperação esteja assegurada”, diz o comunicado, com os líderes
prometendo evitar qualquer
retirada prematura do estímulo”.
Os líderes também serão capazes de superar as divisões para adotar uma nova ordem econômica global que visualize a conquista de uma expansão mais equilibrada e maior poder para os países em desenvolvimento. Reconhecendo a crescente importância de países como China, Índia e Brasil, o G-20 suplantou o G-8 como o fórum mais importante para a cooperação econômica internacional.
Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o G-20 passa a cumprir papel excepcional nessa nova ordem econômica mundial. Em entrevista concedida após a conclusão do encontro, afirmou que isto não significa que o G-8 acabou, mas que o G-20 está, agora, consagrado como o fórum que vai discutir os assuntos econômicos mundiais.
O anfitrião do encontro, o presidente dos EUA, Barack Obama, qualificou o resultado da reunião como “um grande passo na direção de um aumento da prosperidade global”. Obama afirmou que, apesar dos avanços, “não podemos
parar”.
– Precisamos encerrar este
longo ciclo de bolhas (de crescimento) e estouros – disse.
O presidente americano ressaltou o fato de o G-20 ter se tornado um fórum permanente de discussão econômica e de o grupo ter concordado em supervisionar entre si as políticas macroeconômicas dos países-membros para tentar reduzir desequilíbrios globais.