| 16/09/2009 19h09min
A colheita da laranja começou com dois meses de atraso em São Paulo, principal produtor da fruta no país e no mundo. O atraso deixou milhares de trabalhadores que atuam na colheita parados e, agora, reativou uma antiga discussão do setor. De quem é a responsabilidade pela contratação desses colhedores? Do citricultor ou da indústria? É mais uma das questões que contribui para o impasse entre os dois elos da cadeia, que enfrenta uma das piores crises de sua história.
A Confederação Nacional que reúne os assalariados rurais estima que, no Estado de São Paulo, pelo menos 50 mil colhedores recebem cerca de um salário mínimo para 50 caixas por dia. Além disso, segundo a Contac, a reposição da inflação não está sendo feita.
Os citricultores dizem que a origem dos problemas enfrentados pelos colhedores de laranja não está no campo, mas sim, nas indústrias. Isso porque são elas que têm pagado preços abaixo do custo de produção aos produtores. E se eles recebem pouco, pagam pouco aos colhedores.
A situação ficou ainda pior nesta safra. Em função das chuvas e da demora das indústrias em iniciar as compras, os trabalhadores que normalmente começam a ser contratados em maio, ficaram parados esperando trabalho, até julho ou agosto.
Atualmente os colhedores são contratados diretamente pelo citricultor. Eles têm carteira assinada e todos os direitos de trabalhador, independente do tempo que vão atuar na colheita. Mas o Tribunal Regional do Trabalho, em alguns casos, já determinou que as obrigações trabalhistas também sejam da indústria processadora de suco, a beneficiária final da colheita.
A entidade que representa os quatro maiores exportadores de laranja do Brasil fez, nesta quarta, dia 16, a primeira coletiva de imprensa em São Paulo. Para a CItrus BR, o responsável por contratar o colhedor é mesmo o produtor rural. O presidente da entidade, Christian Lohbauer, ainda diz que a maioria dos problemas com mão-de-obra ocorre com os citricultores que não têm contrato com a indústria.
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