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 | 20/09/2009 12h50min

Cooperativas de algodão do Paraná costuram nova estratégica

Fabricantes de fios passaram a buscar matéria-prima em outras regiões

As cooperativas donas de fiações no Paraná se uniram para discutir soluções que possam melhorar a cadeia de produção. O Estado deixou de ser um grande plantador de algodão e a área destinada ao seu cultivo terá queda de 22% na próxima safra, para 2,6 mil hectares. Os fabricantes de fios passaram a buscar matéria-prima em outras regiões, principalmente em Mato Grosso.

Agora, em conjunto, tratam de questões ligadas a custos, tecnologia, mercado e outros assuntos, como concorrência com importados. Em algumas reuniões há a participação de empresas. Foi o que aconteceu na última delas, no início do mês, quando um representante da varejista C&A falou sobre parâmetros de qualidade e a fabricante Toyota apresentou suas máquinas industriais para o segmento.

Robson Mafioletti, assessor técnico-econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e organizador do Fórum das Fiações, conta que estão sendo realizadas cerca de cinco reuniões por ano, com profissionais das áreas industriais e comerciais. A próxima será em novembro. Participam delas as cooperativas Integrada (de Londrina), Cocamar (Maringá), Coamo (Campo Mourão) e Copasul, a única cuja sede fica no Mato Grosso do Sul, no município de Naviraí.

– A intenção é discutir o mercado, corrigir deficiências, planejar ações – afirma Mafioletti.

Sobre o tema tratado no encontro do início deste mês, Mafioletti comenta que a preocupação das cooperativas é que as fiações são apenas um elo da cadeia produtiva e não conseguem garantir qualidade da produção no campo, na tinturaria, na tecelagem e demais etapas. Ele explica que elas cuidam da transformação da pluma em fios e tomam os cuidados necessários na aquisição da matéria-prima, com base na qualidade e testes de fibra.

– A C&A está atrás de certificações e quer trabalhar nisso em parceria com os fornecedores.

O gerente de fiação da Coamo, Ruy Palandri, diz que a reunião vai ter desdobramentos e acredita que, no futuro, possa haver rastreabilidade.

– Hoje a cadeia está segmentada e é preciso ter comprometimento de todos os envolvidos – afirma.

– Se tiver algum problema de qualidade, reclama-se para quem?.

A cooperativa, maior do país, conta com duas fábricas de fios, uma própria em Campo Mourão e outra arrendada em Goioerê. E faz 800 toneladas de fios por mês. Nos últimos dois anos, investiu US$ 2 milhões em modernização de máquinas e processos.

Nilton Pirassol de Camargo, gerente de fiação da Cocamar, conta que estão sendo feitos contatos com outras empresas.

– Foi a C&A que nos procurou, porque está com problemas no final da cadeia produtiva, com fibras imaturas (frágeis, pouco resistentes).

A cooperativa produz 700 toneladas de fios por mês. Depois de sofrer no ano passado com o aumento da presença de fios indianos e chineses, Camargo informa que a unidade "está rodando a todo vapor".

A fiação da Integrada tem capacidade para produzir 450 toneladas por mês. Procurada, a C&A não falou sobre o assunto. Em 2008, a concorrência externa fez as cooperativas usarem estratégias como férias coletivas, desligamento de máquinas e acúmulo de estoques para não operarem no vermelho.

AGÊNCIA SAFRAS

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