| 08/09/2009 09h48min
A produção de açúcar e álcool perde ritmo no centro-sul do Brasil. De acordo com a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), a chuva dos últimos meses prejudica a moagem da matéria-prima. O próximo relatório da safra 2009/2010 deve ser divulgado pela entidade até o fim deste mês.
O governo e a indústria da cana acreditam em safra maior neste ano. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), devem ser processadas quase 630 milhões de toneladas no país, 10% a mais em comparação com a safra 2008/2009.
O Centro-Sul responde por mais de 80% do total (85%) e, segundo a Conab, deve moer mais de 560 milhões. A previsão é diferente da Única, que estimava inicialmente a moagem de 550 milhões de toneladas. Mas por causa do excesso de chuva, a expectativa é de que no próximo relatório, a ser divulgado este mês, a previsão seja menor. O clima desfavorável prejudicou o trabalho nas usinas e a qualidade da matéria-prima.
– A cana fica com menos açúcar. Isso significa na ponta final menos açúcar e menos etanol. Então você tem menos oferta de produto naturalmente em função de uma matéria-prima pior – disse o representante da Unica em Ribeirão Preto (SP), Sérgio Prado.
Mas mesmo esperando essa perda de ritmo daqui para frente, a Unica está mais otimista. As finanças das empresas do setor foram fortemente atingidas pela crise, no entanto, a alta dos preços internacionais do açúcar ajudou a amenizar as perdas.
– O cenário para este ano já está mais otimista neste momento. Nós temos uma valorização importante do produto, em especial do açúcar. Tudo isso nos leva para que tenhamos essa expectativa mais positiva. Nós temos uma condição de oferta de produtos como açúcar em alta. Em função do carro flex, nós temos uma demanda crescente de etanol – explica Prado.
A indústria de açúcar e álcool espera também retomar investimentos.
– Investimentos importantes estão sendo retomados e temos também a consolidação do setor. Grupos que estão fragilizados no momento, em função da crise, sairão muito mais fortes – concluiu o representante da Única.
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