| 06/09/2009 13h30min
– A irrigação permite culturas com maior valor comercial e mais riquezas em um mesmo espaço. Queremos mostrar a força da produção irrigada em Goiás e conscientizar os produtores da região sobre o uso da água das chuvas em barragens – diz o produtor rural Luiz Figueiredo.
O agricultor pertence ao grupo que está mudando o perfil da cidade de Cristalina/GO, a 250 km da capital goiana, a partir da irrigação como avanço na agricultura. A terra úmida e fértil da região favorece o cultivo de produtos como café, feijão, milho, batata, cebola, alho, tomate, trigo, soja, cevada, abóbora, ervilha e algodão. Hoje, a cidade produz 2,3 milhões de toneladas de alimentos ao ano.
O produtor Verni Wehrmann também investiu no interior de Goiás e nos sistemas de irrigação dos 2,3 mil hectares da propriedade, para produção de alho, batata, cenoura e cebola. Com mais de dois mil empregados na fazenda, ele ressalta que o sistema de irrigação permite melhor controle de
pragas e doenças, resultando em
menor uso de defensivos e maior qualidade nos alimentos.
– Os produtores daqui têm a consciência de que a sustentabilidade também vem da irrigação. Armazenamos água na época das chuvas e usamos para irrigação nos períodos de seca – ensina ele.
Outro fator que tem impulsionado o desenvolvimento é a geração de empregos diretos e indiretos vindos das propriedades locais irrigadas. Em Goiás são mais de 22 mil pessoas empregadas diretamente e 28 mil indiretamente. A produção de trigo gera mais de mil empregos, a de tomate seis mil e a de feijão 11 mil.
O chefe da divisão de Agricultura Conservacionista do Ministério da Agricultura, Maurício Carvalho, explica que o Brasil possui 3,5 milhões de hectares irrigados, mas com potencial para 30 milhões. Segundo ele, a região Centro-Oeste apresenta as melhores condições para irrigação e poderá triplicar a produção com aumento da produtividade em cinco vezes.
– Cristalina é um exemplo para o país e
para a América Latina no aproveitamento
dos recursos hídricos superficiais com sustentabilidade – garante.
Para o presidente da Comissão de Irrigantes da Federação de Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Tiago Mendonça, o crescimento da região depende de investimentos em energia elétrica, barragens e estradas.
– Temos potencial para produzir 200 mil hectares e gerar mais de 50 mil empregos no Estado – defende.