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 | 02/09/2009 19h18min

Crise deve prejudicar negociações na Conferência do Clima da Dinamarca

Aliança Brasileira pelo Clima pretende levar idéias do setor privado para o encontro

Núria Saldanha | São Paulo (SP)

As metas ambiciosas que o Brasil vai levar para a Conferência do Clima na Dinamarca podem esbarrar na economia. Lideranças do agronegócio acreditam que a crise vai prejudicar as discussões de Copenhague. Quatorze entidades que representam os setores de agricultura, florestas plantadas e bioenergia lançaram nesta quarta, dia 2, em São Paulo, a Aliança Brasileira pelo Clima, que pretende levar as idéias do setor privado para a Conferencia do Clima.

As atenções e as esperanças se voltam para o encontro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, de onde deve sair um acordo para substituir o protocolo de Kyoto. A principal proposta em debate vai ser apresentada por um bloco de 36 países em desenvolvimento, liderado pelo Brasil, e sugere a redução de 40% dos gases de efeito estufa até 2020.

Mas os países ricos, que já resistiam a metas bem mais baixas, devem adotar uma postura ainda mais retraída devido à crise financeira global.

– Na medida em que se comprometam com metas que obrigam a redução, vários setores da economia precisam adotar práticas, políticas e tecnologias para ser menos carbono intensivo. E isso custa – afirma o gerente geral do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (ICONE), Rodrigo Lima.

Apesar da crise, o Brasil vai levar propostas ambiciosas para Copenhague. E para contribuir com as negociações, empresários brasileiros ligados ao uso da terra decidiram unir os esforços, criando a Aliança pelo Clima.

– Juntar setores que pensam da mesma forma no mercado internacional. Vamos pressionar para que o Brasil saia de um plano nacional de mudança climática para uma política nacional, quando for o caso – diz o presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (UNICA), Marcos Jank.

Representando os setores de agricultura, bioenergia e florestas plantadas, esta aliança corresponde a 16% das exportações totais do Brasil. O documento de posicionamento já foi entregue ao governo e apresenta dois pontos fundamentais: assumir o compromisso de redução do desmatamento no país e exigir os créditos de programas como o do etanol e de reflorestamento, que não são reconhecidos pelo protocolo de Kyoto.

Com 45% da matriz energética vinda fontes renováveis, o Brasil quer cobrar pelos serviços ambientais prestados ao mundo.

– Nós temos um produto que estamos colocando no mercado: o oxigênio. E isso tem valor para as próximas gerações. Se o mundo quer um ar mais limpo e nós temos possibilidade de fornecer, que ele pague por isso também e ajude a manter limpo – afirma o presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), Carlo Lovatelli

A idéia da aliança é que reunião sobre o clima na Dinamarca seja apenas o ponto de partida para uma série de medidas a favor do planeta.

– A discussão climática é o tema do século, não é de Copenhague. A sustentabilidade deve ser discutida diariamente – finaliza a presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel, Elisabeth Carvalhaes.

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