| 30/08/2009 13h30min
O Maranhão registra a maior incidência dos casos de queimada e de desmatamento no Brasil. De acordo com estudo da Confederação Nacional dos Municípios, 88% das cidades maranhenses sofreram queimadas frequentes entre 2006 e 2007. Tocantins, Rondônia, Roraima e Pará, todos localizados na chamada Amazônia Legal, também apresentaram índice elevado de queimadas. No mesmo período, o desmatamento atingiu quase 85% dos municípios maranhenses, superando os índices registrados em outros Estados das regiões Norte e Nordeste.
Para o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputado Roberto Rocha (PSDB-MA), o estudo mostra a necessidade de investimentos urgentes no Estado.
– O Maranhão é o Estado do Brasil que tem a maior população rural e, ao mesmo tempo, a população mais pobre, analfabeta, desinformada e com os piores indicadores econômicos, sociais e tributários. O homem do campo, para poder sobreviver, faz a sua roça sem técnica nem conhecimento nenhum. Ele queima, ele broca, ele toca fogo sem saber o prejuízo que está causando ao meio ambiente, a ele mesmo e aos filhos dele. Então, o Maranhão precisa ter investimento em educação e desenvolvimento econômico de forma sustentável – ressaltou.
O Espírito Santo também aparece como destaque negativo no estudo da confederação. As cidades capixabas lideram os casos de contaminação do solo e de assoreamento e poluição dos rios. O levantamento apresenta ainda os Estados mais atingidos por problemas ambientais, como poluição do ar, escassez de água e degradação de áreas legalmente protegidas.
O presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano, deputado Eduardo Sciarra (DEM-PR), lembra que o Legislativo está atento ao impacto dos problemas ambientais nos municípios.
– O novo Código Florestal está sendo discutido nesse momento. E também é preciso que seja produzida uma legislação ambiental para o meio urbano, que tem características completamente diferentes do meio rural. Além disso, é necessário definir, o quanto antes, uma legislação para os resíduos sólidos, e nós estamos, na comissão, colocando essa questão em discussão – afirmou.
Sciarra também destacou que a população precisa ter mais informações sobre o problema.
– A questão ambiental merece hoje a atenção de toda a sociedade. Além da legislação e da discussão, existe também a necessidade de campanhas de esclarecimento e de educação – disse.
O levantamento da Confederação Nacional dos Municípios foi elaborado com base na Pesquisa de Informações Básicas Municipais, divulgada em 2008.
AGÊNCIA CÂMARA