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 | 24/07/2009 19h30min

Após cruzar fronteira, Zelaya recua e retorna à Nicarágua

O presidente deposto permaneceu por alguns minutos em seu país

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, regressou à Nicarágua após cruzar a fronteira e permanecer durante alguns minutos em seu país, do qual foi expulso no dia 28 de junho, vítima de um golpe de Estado. O governo de fato de Honduras, sob o comando do presidente Roberto Micheletti, havia reiterado a promessa de prender o mandatário destituído caso ele permanecesse no país.

Zelaya tentou negociar sua passagem com militares que estavam na área da fronteira e afirmou que desejava entrar em contato com a cúpula das Forças Armadas. Posteriormente, voltou à cidade nicaraguense de Las Manos, a cerca de 250 quilômetros da capital Manágua, onde estaria conversando por telefone com "assessores do governo golpista", segundo suas palavras.

Ele está acompanhado de sua chanceler, Patricia Rodas, e de uma comitiva formada por simpatizantes e jornalistas.

— Estou em contato com vários assessores dos golpistas. Eles sabem que não podem governar com o presidente exilado e com o povo contra — afirmou ele.

Ao justificar a decisão de aguardar e tentar abrir negociações, Zelaya indicou que não quer desencadear uma onda de violência no país.

— Não quero fazer com que eles tenham de me dar um tiro e me assassinar, porque assim o problema iria piorar. Faço uso da razão e não quero ser a causa dessa violência. Venho desarmado e quero mostrar a eles que sou um homem de boa vontade — ressaltou.

Pouco antes de cruzar a fronteira e pisar o solo hondurenho, Zelaya disse que não temia ser detido.

— Tenho o direito de buscar minha casa e minha família, e de cumprir meu mandato. Esta justiça dos golpistas é nula, ninguém a aceita — ressaltou.

O presidente deposto decidiu fazer uma nova tentativa de retorno após ter reconhecido, na quarta-feira, o fracasso da mediação realizada pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, com o apoio do governo norte-americano.

— A diplomacia tem limites e não podemos deixar o povo sofrendo enquanto esperamos que a diplomacia resolva a situação — explicou.

Ele também reiterou que conta com o respaldo da comunidade internacional e disse ter conversado com outros mandatários da região, entre eles o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que por telefone lhe desejou "sorte" em sua tentativa de regresso.

ANSA

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