| 24/07/2009 11h44min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, em seu discurso na Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, que a região não pode tolerar o golpe contra o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. Lula afirmou que o golpe contra Zelaya "é um retrocesso democrático que não pode ser tolerado e com que não se pode transigir".
O presidente brasileiro expressou seu apoio "ao esforço da comunidade internacional" para que Zelaya possa voltar a exercer o poder, "para o qual foi eleito". Em seu primeiro discurso na Cúpula do Mercosul, Lula lembrou a figura do ex-presidente da Argentina Raúl Alfonsín, que "esteve na raiz" do nascimento do Mercosul.
Além disso, destacou que a reunião presidencial de Assunção acontece em um momento no qual ainda não se sabe os custos sociais da "crise mais grave da economia mundial".
— Não basta recuperar a confiança no sistema bancário mundial — disse Lula, que pediu a defesa dos níveis de emprego e do
desenvolvimento econômico dos países da
região.
Afirmou que a região está recuperando o crescimento, graças, entre outros, ao comércio interregional e devido ao Mercosul, e disse que, neste momento, os países integrantes não precisam, como antes, recorrer a organismos financeiros internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Lula defendeu aprofundar o caráter social do processo de integração, com avanços, por exemplo, na institucionalização do Parlamento do mecanismo.
Argentina chama Mercosul a condenar tentativa de legalizar golpe em Honduras
A presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, também chamou o Mercosul a condenar a tentativa do novo Governo de Honduras de legalizar, através da convocação de eleições, a deposição de Manuel Zelaya.
— Sem discursos inflamados nem agressões, devemos condenar os golpes cívico-militares que depois convocam eleições e, desta maneira, pretendem legalizar o que
constitui um golpe — disse Cristina, em seu discurso na Cúpula de chefes
de Estado do Mercosul realizada hoje, em Assunção.
O presidente brasileiro expressou seu apoio "ao esforço da comunidade internacional" para que Zelaya possa voltar a exercer o poder
Foto:
Andres Cristaldo/EFE