| 24/07/2009 18h47min
A crise em Honduras e a pandemia da gripe A roubaram a cena no debate da reunião de líderes do Mercosul e de países associados, que terminou hoje em Assunção, no Paraguai, sem avanços significativos.
Os representantes de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, os quatro membros plenos do Mercosul, da Venezuela, em processo de adesão ao bloco, e Chile, Bolívia, Peru e Colômbia emitiram uma declaração de "enérgica condenação" ao golpe contra Manuel Zelaya em Honduras.
A declaração diz que os países da região não reconhecerão nenhum governo que surja da ruptura da ordem institucional.
— O comunicado em seu conteúdo fundamental mantém a rejeição forte à ruptura institucional na irmã República de Honduras e ao mesmo tempo pede o retorno sem restrições do presidente Zelaya — declarou o líder paraguaio, Fernando Lugo.
— É um retrocesso democrático que não pode ser tolerado — apoiou o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.
Outro assunto que atraiu boa
parte dos debates entre os presidentes foi a expansão da gripe A na região, onde foram registradas muitas das mortes no mundo pelo vírus. Os países sul-americanos pediram que se garanta o fornecimento de antivirais e, especialmente, se libere a patente da vacina para a doença. A presidente argentina, Cristina Kirchner, assegurou que os laboratórios da região contam com capacidade para produzir as vacinas que os países desenvolvidos não estejam em condições de abastecer.
Além da crise de Honduras e a gripe A, as conclusões da cúpula na agenda interna de bloco foram poucas, o que deu espaço a renovadas queixas e mostras de insatisfação por parte do Paraguai e do Uruguai pelo andamento do processo de integração.
Os presidentes da Bolívia, Evo Morales, Brasil, Lula, Paraguai, Fernando Lugo, e da Argentina, Cristina Fernández, posam no último dia da Cúpula do Mercosul
Foto:
Diego Benitez, EFE