| 23/07/2009 17h43min
O Ministério da Saúde elaborou um guia que responde às principais dúvidas dos brasileiros sobre o vírus Influenza A (H1N1). As perguntas vão desde a previsão de produção da vacina no Brasil até os critérios de distribuição do medicamento para o tratamento da doença. Quem tiver outras perguntas pode ligar para o Disque Saúde (0800 61 1997). As informações abaixo foram elaboradas pelo Ministério.
AGÊNCIA BRASILSaiba mais |
1 - Qual a diferença entre a gripe comum e a influenza A (H1N1)? |
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Elas são causadas por diferentes subtipos do vírus Influenza. Os sintomas são muito parecidos e se confundem: febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza. Por isso, não importa, neste momento, saber se o que se tem é gripe comum ou a nova gripe. A orientação é, ao ter alguns desses sintomas, procurar seu médico ou vá a um posto de saúde. É importante frisar que, na gripe comum, a maioria dos casos apresenta quadro clínico leve e quase 100% evoluem para a cura. Isso também ocorre na nova gripe. Em ambos os casos, o total de pessoas que morrem após contraírem o vírus em todo o mundo é, em média, de 0,5%. |
2 - Existe transmissão sustentada do vírus da Influenza A (H1N1) no Brasil? |
Desde 24 de abril, data do primeiro alerta dado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o surgimento da nova doença, até o dia 15 de julho, o Ministério da Saúde só havia registrado casos no país de pessoas que tinham contraído a doença no Exterior ou pego de quem esteve fora. No dia 16 de julho, o Ministério da Saúde recebeu a notificação do primeiro caso de transmissão da influenza A (H1N1) no Brasil sem esse tipo de vínculo. Trata-se de paciente do Estado de São Paulo, que morreu no último dia 30 de junho. Esse caso deu a primeira evidência de que o novo vírus está em circulação no território nacional. Todas as estratégias que o Ministério da Saúde deveria adotar numa situação como esta já foram tomadas há quase três semanas. O Brasil se antecipou. A atualização constante das ações contra a nova gripe permitiu que, neste momento, toda a rede de saúde esteja integrada para manter e reforçar as medidas de atenção à população. |
3 - Por que o Rio Grande do Sul registra tantos casos da influenza A (H1N1)? |
Todos os anos, o Brasil registra ocorrências de casos graves e óbitos por gripe e doenças associadas, como pneumonia, em todas as regiões. Neste período do ano, que é inverno, sempre há maior ocorrência desses casos, em especial no Rio Grande do Sul e nos outros Estados do Sul e Sudeste. Isso porque eles têm o inverno mais rigoroso e mais prolongado. Além disso, no caso especifico da influenza A (H1N1), há países com maior número de casos que fazem fronteira com o Rio Grande do Sul, como é o caso da Argentina. A disseminação da doença aumenta e não é indicado controlar o fluxo de pessoas na fronteira, pois isso não tem efeito na disseminação da doença. |
4 - Como eu posso me prevenir da doença? |
Alguns cuidados básicos de higiene podem ser tomados, como: lavar bem as mãos frequentemente com água e sabão, evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies, não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar |
5 - Quando eu devo procurar um médico? |
Se você tiver sintomas como febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza, procure um médico ou um serviço de saúde, como já se faz com a gripe comum. |
6 - O que fazer em caso de surgimento de sintomas? |
Qualquer pessoa que apresente sintomas de gripe deve procurar seu médico de confiança ou o serviço de saúde mais próximo para receber o tratamento adequado. Nos casos de agravamento ou de pessoas que façam parte do grupo de risco, os pacientes serão encaminhados a um dos 68 hospitais de referência. |
7 - Quem está no grupo de risco? |
O grupo de risco é composto por idosos, crianças menores de dois anos, gestantes, pessoas com diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica, deficiência imunológica (como pacientes com câncer, em tratamento para Aids), pessoas com obesidade mórbida e também com doenças provocadas por alterações da hemoglobina, como anemia falciforme. |
8 - Os hospitais estão preparados para atender pacientes com a influenza A (H1N1)? |
Atualmente, o Brasil possui 68 hospitais de referência para tratamento de pacientes graves infectados pelo novo vírus. Nessas unidades, existem 900 leitos com isolamento adequado para atender aos casos que necessitem de internação. Todos os outros hospitais estão preparados para receber pacientes com sintomas leves de gripe. |
9 - O Brasil tem medicamento suficiente para enfrentar a influenza A (H1N1)? |
Sim. O Ministério da Saúde tem medicamento suficiente para enfrentar a pandemia de influenza A (H1N1). O Ministério da Saúde tem um estoque de nove milhões de tratamentos em pó. Eles foram adquiridos em 2005, época de uma possível epidemia de gripe aviária. Além disso, na terça, dia 21 de julho, o governo federal recebeu mais 50 mil tratamentos. Desses, 15 mil vão para o Rio Grande do Sul, Estado entre os mais afetados pela doença. Outros Estados com maior número de casos também receberam quantidade adicional de tratamento. Até o fim de julho, o ministério vai receber mais 150 mil tratamentos. Nas próximas semanas, será um milhão a mais de medicamentos disponíveis, além do que está estocado em pó. O ministério esclarece que o estoque de remédios está de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). |
10 - Como é realizada a distribuição do medicamento? |
A distribuição dos medicamentos é centralizada. O Ministério da Saúde envia os remédios aos Estados, respondendo às solicitações das Secretarias Estaduais de Saúde. Cabe a elas não só indicar as unidades de referência no atendimento da nova gripe, como também ampliar o número de unidades para realização do tratamento. Outras unidades podem ser indicadas para atender os casos e usar o antiviral. |
11 - Quais os critérios de utilização para do medicamento fosfato de oseltamivir? |
Apenas os pacientes com agravamento do estado de saúde nas primeiras 48 horas, desde o início dos sintomas, e as pessoas com maior risco de apresentar quadro clínico grave serão medicados com o fosfato de oseltamivir. Os demais terão os sintomas tratados de acordo com indicação médica. O objetivo é evitar o uso desnecessário e uma possível resistência ao medicamento, assim como já foi registrado no Reino Unido, Japão e Hong Kong. É importante lembrar, também, que todas as pessoas que compõem o grupo de risco para complicações de influenza requerem avaliação e monitoramento clínico constante de seu médico, para indicação ou não de tratamento com o fosfato de oseltamivir. |
12 - Grávidas podem tomar fosfato de oseltamivir? |
Não há registros de efeitos negativos do uso do fosfato de oseltamivir em mulheres grávidas e em fetos. No entanto, como medida de precaução e conforme orientação do fabricante, esse medicamento só deve ser tomado durante a gravidez se o seu benefício justificar o risco. Essa decisão deve ser tomada de acordo com indicação médica. |
13 - Por que o exame laboratorial parou de ser realizado em todos os casos suspeitos? |
Essa mudança ocorreu porque um percentual significativo - mais de 70% - das amostras de casos suspeitos analisadas em laboratórios de referência, antes dessa mudança, não era da nova gripe, mas de outros vírus respiratórios, ou não era de nenhum vírus. Com o aumento do número de casos no país, a prioridade do sistema público de saúde é detectar e tratar com a máxima agilidade os casos graves e evitar mortes. |
14 - Haverá cadastramento de novos laboratórios para realização de exames de diagnóstico? |
Atualmente, três laboratórios de referência fazem o exame de diagnóstico da influenza A (H1N1) no Brasil: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/RJ), Instituto Evandro Chagas (IEC/PA) e Instituto Adolf Lutz (SP). Há a possibilidade, agora, de credenciamento de Laboratórios Centrais (Lacens) para centralizar a realização desses exames nos Estados, além dos três laboratórios de referência. Isso já está em curso para os Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais, mas ainda não há data definida para essa habilitação. |