| 15/07/2009 21h52min
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, afirmou nesta quarta, dia 15, que a suinocultura, junto com a cafeicultura praticada no sul de Minas Gerais, são os setores mais críticos e preocupantes ligados à sua pasta. No caso da carne suína, Stephanes deixou claro que o problema é o excesso de oferta.
— Se não se reduzir a oferta, não haverá solução possível em curto prazo — disse o ministro, durante churrasco feito com 14 cortes de carne suína, na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O churrasco foi em comemoração à posse do novo diretor-presidente da estatal, Pedro Arraes, e teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Stephanes disse que há perspectivas de abertura de novos mercados, como a China, o Japão e a Rússia que, segundo ele, admitiu a possibilidade de aumentar as cotas para importação de carne de países que não os da União Europeia e os Estados Unidos, beneficiados com cotas específicas. Entretanto, o ministro ressaltou que os novos clientes internacionais devem levar de seis meses a dois anos para iniciar a compra de suínos do país.
De acordo com Stephanes, a influenza A (H1N1) – gripe suína – não influenciou as vendas da carne.
— A exportação de suínos aumentou 6% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado — disse o ministro.
Para ele, o mercado interno é que precisa de um ajuste entre oferta e consumo. Também é necessário divulgar melhor os cerca de 100 cortes de carne suína produzidos no país.
— Hoje fizeram aqui 14 cortes, e efetivamente o churrasco suíno é mais gostoso do que o de carne de boi, porque a carne é mais macia, é saborosa. Efetivamente, o churrasco suíno é uma boa opção, e ainda não é conhecida pelo mercado — comentou.
Em relação à cafeicultura, Stephanes disse que o problema está concentrado em cerca de 30% dos produtores, localizados no sul de Minas Gerais. Por causa da dificuldade em identificar os problemas, o ministro disse que tem procurado falar diretamente com os produtores.
— Não falo mais com representantes. Falo com agricultores, desde a vida que ele levam até os problemas que enfrentam — completou.
O ministro reconheceu que as decisões sobre liberação de crédito e realização de leilões demoraram. Atualmente, cerca de 10 mil contratos de opção de venda para um milhão de sacas de café arábica foram negociados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ao valor de R$ 950,15 cada. Com isso, os cafeicultores e cooperativas que os adquiriram garantem a venda ao governo em 13 de novembro deste ano.
Na próxima quarta, dia 22, haverá mais três leilões para apoio à comercialização de mais 2 milhões de sacas de café. Stephanes adiantou que outras medidas devem ser tomadas para incentivar o setor.
— Vamos estudar outras intervenções no mercado, talvez até aquisição de estoques, se for necessário — conclui o ministro Reinhold Stephanes.
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