| 04/07/2009 17h20min
Os pequenos produtores de cacau de Rondônia serão prejudicados, este ano, pela destruição de um campo de produção de sementes híbridas na Estação Experimental de Ouro Preto do Oeste (Estex-OP), da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaureira (Ceplac), vinculada ao Ministério da Agricultura. Segundo o diretor técnico do órgão em Brasília, Manfred Muller, a produção de sementes, prevista para 1,5 milhão de unidades em 2009, não deve chegar a 700 mil.
A diferença de 3 milhões de sementes utilizadas anualmente pelos pequenos produtores de cacau de Rondônia aumentará porque, há duas semanas, cerca de 200 pessoas invadiram a Extex-OP e cortaram, durante a madrugada, por alguns dias, aproximadamente 80% de um campo de 12 hectares de produção de sementes. Desde o dia 23 de junho, quando foi determinada a reintegração oficial de posse, a Polícia Federal garante a segurança da estação e investiga a responsabilidade do ato criminoso.
– Além do prejuízo ambiental, porque se trata de árvores nativas da Amazônia, não só o cacau, mas também o mogno e o cedro sombreando o cacau, o maior prejuízo é o técnicocientífico. As árvores que foram cortadas são cacaueiros selecionados como matrizes, plantadas há mais de 30 anos, para a produção de sementes melhoradas de cacau, com as características de produtividade e resistência à doenças para a Amazônia – afirmou Muller.
Para o diretor da Ceplac, sem computar o investimento técnicocientífico, cada hectare de plantação de cacau custa até R$ 25 mil. Além disso, cada área plantada demora cerca de sete anos para começar a produzir. As sementes que deixarão de ser doadas por causa da plantação destruída, diminuindo a oferta, custarão mais de R$ 100 mil para serem adquiridas no mercado.
A alternativa seria de compensar a perda com sementes produzidas na Bahia, mas não há comprovação de que elas tenham a mesma produtividade e resistência ao ambiente da Amazônia. A Polícia Federal está levantando os nomes dos suspeitos de invadir a Estex-OP e destruir a sementeira de cacau. As investigações não têm prazo de conclusão.
AGÊNCIA BRASIL