| 04/07/2009 16h10min
Os pequenos produtores de laranja do Estado de São Paulo já podem comemorar a assinatura de resolução por parte do secretário Estadual da Agricultura e Abastecimento, João Sampaio, que ameniza as medidas de combate ao cancro cítrico, conforme reivindicavam. Com a publicação da resolução no último dia 27, cai a obrigatoriedade do produtor de erradicar todos os pés de laranja do talhão (parte do pomar cujo número de plantas depende do tamanho total) que apresentar mais de 0,5% de infestação.
O método de eliminação da planta ou das plantas contaminadas com cancro no Estado passa a seguir a resolução 291 da Canecc (Campanha Nacional de Erradicação do Cancro Cítrico) do Ministério da Agricultura, que é mais amena. Permanece a determinação de erradicar a planta doente e das demais em um raio de 30 metros.
Os citricultores contaram com o apoio do deputado estadual Davi Zaia (PPS), que coordena a Frente Parlamentar em Defesa da Citricultura, constituída pela Assembléia Legislativa. O deputado participou das negociações com a Secretaria da Agricultura e também está ao lado do setor no encaminhamento de outras questões, como o aumento do consumo interno e uma política mais justa de preços pagos ao citricultor.
Os produtores de citros defendiam que com a redução dos índices de contaminação por cancro, alcançada pelas medidas adotadas pelo governo estadual e pelos próprios citricultores, poderia se optar por uma legislação menos restritiva.
O Cancro Cítrico é uma doença causada pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri, que provoca lesões nas folhas, frutos e ramos e, conseqüentemente a queda dos frutos e folhas e da produção. Altamente contagiosa, ela é resistente e consegue sobreviver em vários ambientes por mais de nove meses.
Além da resolução do cancro, a Secretaria também finaliza um projeto para implantar a subvenção do seguro contra as pragas de cancro cítrico e greening.
— É um projeto pioneiro no mundo e que está exigindo estudos complexos pela área técnica e jurídica da Secretaria. O seguro atenderá principalmente os pequenos e médios produtores. Esperamos colocar em operação ainda neste segundo semestre — explica João Sampaio.
A Secretaria também inicia estudos para aquecer a demanda por suco de laranja no mercado interno e assim proporcionar preços melhores ao produtor. A primeira delas seria a introdução de suco de laranja nas 30 unidades dos restaurantes Bom Prato do Governo do Estado, onde são servidas aproximadamente 40 mil refeições por dia.
O deputado Davi Zaia apresentou um projeto de lei que está em tramitação na Assembléia Legislativa, prevendo a adoção do suco de frutas natural na merenda escolar. O PL já está pronto para ser votado. O projeto autoriza o Executivo a implantar a medida nas escolas da rede pública do Estado.
Por sua vez, a secretaria também começa um trabalho junto às prefeituras municipais para inclusão do suco de laranja na merenda escolar. Os institutos de pesquisa da Secretaria também vão produzir documentos com recomendações nutricionais do suco de laranja, visando incremento de seu consumo.
AGÊNCIA SAFRAS