| 25/06/2009 18h04min
Mais um passo para o setor de energia renovável no país. O Brasil começou a produção em escala pré-industrial do diesel de cana-de-áçúcar. A Amyris Brasil inaugurou nesta quinta, dia 25, a primeira fábrica piloto para produção de combustíveis renováveis, em Campinas (SP). O projeto já despertou interesse de usinas brasileiras e a estimativa é que em 2014 sejam produzidos um bilhão de litros de diesel limpo.
Atualmente, a cana-de-açúcar se destaca entre as mais ricas e modernas fontes de energia renovável do mundo. Por isso, o interesse tão grande pela matéria-prima. Depois da produção de etanol e de plástico verde, a aposta da indústria é o diesel feito a partir da cana. Há cinco anos, Amyris, com laboratórios nos Estados Unidos e Brasil, começou a desenvolver a tecnologia na Califórnia e há pouco mais de um ano foram iniciados os investimentos neste laboratório em Campinas (SP).
– Hoje o melhor mercado do mundo para o produto renovável é a cana. E a gente acha que esta é uma oportunidade melhor para o mundo. E começa aqui no Brasil, a partir da produção toda para o mercado internacional – afirma o CEO da Amyris Brasil, John Melo.
A planta pré-industrial deve produzir 300 litros por dia. A idéia da companhia é comprar entre um e duas usinas até o fim do ano e começar uma produção de 150 milhões de litros. Outras cinco usinas estão interessadas na tecnologia de diesel de cana. Em 2011 deve começar a produção em escala comercial. Um detalhe é que este diesel já foi testado em motores a diesel e o resultado foi o mesmo rendimento energético que um diesel comum, mas este não polui o meio ambiente.
– Ele é zero de enxofre. Se for misturado no diesel normal, ele diminui muito mais a quantidade de enxofre. E tem um diferencial grande para o país, que é o fato que a gente importa muito diesel e exporta gasolina. E se a cana for usada para produzir diesel, você vai deixar de importar diesel e isso tem um impacto importante na balança brasileira também – afirma o integrante do conselho de administração da Amyris, Fernando Reinach.
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