| 08/06/2009 18h32min
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda, dia 8, que a economia brasileira vai crescer de forma lenta e gradual, devendo atingir entre 3% e 4% no último trimestre de 2009 e o mesmo percentual em 2010. Para este ano, o ministro projeta crescimento de 1%. Segundo ele, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços gerados no país), a ser divulgado nesta terça, será negativo, mas refletirá uma situação do “passado”.
Não se deve fixar a atenção no “retrovisor”, porque o país já vive outra realidade, disse Mantega, apontando “nítidos sinais de retomada da economia”. Ele reconheceu, porém, que, por enquanto, o desempenho da atividade produtiva ainda será fraco e mais concentrado na construção civil e nos setores que receberam incentivos fiscais, como, por exemplo, a indústria automobilística, por meio da redução do Imposto Sobre Produto Industrializado (IPI) na venda de veículos novos.
Mantega adiantou que esse incentivo, previsto para vigorar até o final deste mês, não deverá ser novamente prorrogado. Tanto essa medida quanto os benefícios concedidos ao setor da chamada linha branca (fogões e geladeiras, por exemplo), foram recursos ”provisórios para dar tempo à economia de se recuperar. À medida que a economia demonstra que caminha com as próprias pernas, então, podemos retirar esses estímulos.”
O ministro fez as declarações logo após participar de fórum que discutiu ações contra a crise. No encontro, Mantega afirmou que o crédito interbancário já sendo normalizado e que o governo espera uma reação favorável do próprio mercado interno. Para ele, a partir do segundo semestre, o Brasil deverá ter superado as dificuldades de crédito e de financiamento externo. Ele aposta em uma “recomposição dos mercados externos, porque alguns países estarão crescendo um pouco mais e comprando as mercadorias brasileiras”.
Durante apresentação no encontro, o ministro disse que o grande desafio será o de baixar o spread bancário (diferença entre a taxa de captação das instituições financeiras e a cobrada nos empréstimos). Enquanto é praticada uma taxa de juro real em torno de 5%, “o tomador está pagando 28%, 30% e até 40%”.Ele reiterou que o governo pretende continuar estimulando a concorrência por meio dos bancos públicos.
Em resposta ao economista José Roberto Mendonça de Barros, que criticou o aumento do gasto público, Mantega disse que foi fundamental para atenuar os efeitos da crise financeira internacional o fato de o governo ter ampliado os recursos para investimentos como, por exemplo, o aporte de R$ 160 bilhões por meio do BNDES.
AGÊNCIA BRASIL