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 | 21/05/2009 17h28min

Prêmio Nobel de Economia diz que PIB do Brasil poderá ter queda de 1% em 2009

Apesar das previsões pessimistas, Nouriel Roubini afirmou que país tem grande potencial de crescimento

Atualizada às 20h07min Mariane de Luca | São Paulo

O fim da crise ainda está longe. Foi o que afirmou o Prêmio Nobel de Economia Nouriel Roubini nesta quinta, dia 21, durante o seminário Credit and Marketing Vision, promovido pela Serasa Experian, em São Paulo.

Para 2009, o economista acredita que a economia mundial terá redução de 1,8% e só em 2010 vai ter crescimento, de 1,5%. Em relação ao Brasil, o professor da Universidade de Nova York falou que o PIB vai crescer zero ou até cair 1% este ano, estimativa melhor que a da América Latina, onde a queda será de 2% de acordo com o economista. Apesar das previsões pessimistas, ele disse que o Brasil tem grande potencial de crescimento.

— O crescimento do Brasil pode se tornar positivo no segundo trimestre do ano e mais intensificado na segunda metade do ano, já que é um país que não tem excessos financeiros, onde os bancos são saudáveis, não tem um nível alto de hipotecas e que tem um potencial robusto de crescimento de consumo e de aumento da demanda doméstica — defendeu.

Roubini era o palestrante mais esperado do evento. Há três anos, ele alertou o mundo para a crise financeira, dizendo que um grande banco americano iria quebrar. Por essa e outras previsões acertadas, ficou conhecido como doutor catástrofe.

Afirmando que prefere ser chamado de doutor realista e não catástrofe, o professor universitário disse que existe, sim, luz no fim do túnel, só que ela vai demorar um pouco para chegar. Segundo ele, a crise ainda vai durar pelo menos mais seis ou nove meses e a recuperação vai se dar de forma lenta.

— Mesmo que haja uma recuperação do crédito, o que deve ocorrer, essa recuperação vai ser lenta, porque os problemas dos bancos vão continuar por um tempo. Sempre que tem uma crise de crédito, a recuperação desse crédito costuma ser lenta. E você precisa de crédito para financiar a compra de casas, de bens de capital e bens de consumo — explicou Nouriel Roubini.

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