| 19/05/2009 18h40min
Por causa dos juros altos em meio a uma crise de escassez de crédito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva substituiu há um mês a direção do Banco do Brasil. Porém, um relatório do Banco Central, que faz o acompanhamento diário dos juros aplicados pelas instituições financeiras, indicou que mesmo com a mudança de direção, ao invés de abaixar, o banco teria aumentado os juros.
Em nota, o Banco do Brasil nega que tenha elevado as taxas ao longo do ano. Segundo a instituição, os dados divulgados pelo ranking do Banco Central não significam taxas mais altas, mas uma média ponderada. Se o conjunto de tomadores de crédito, por exemplo, for de perfil mais arriscado do que outro com perfil conservador, ou operar em prazos mais longos, a taxa média ponderada pode se alterar.
— Não contesto o ranking do Banco Central, o que precisa ficar claro é que ele mede um tipo de situação que não diz respeito à questão de aumento ou recuo na taxa de juros. Ele diz respeito a uma taxa média ponderada praticada pelos bancos num período de 15 dias. Quando há uma procura por linhas de maiores riscos ou clientes com maiores riscos, onde naturalmente você tem uma taxa um pouco mais agressiva, isso pode impactar aquele ranking como de fato aconteceu — disse o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine.
Em uma reunião fechada para a imprensa, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, cobrou explicações do presidente do Banco e gostou do que ouviu.
— Não foi necessário dar puxão de orelha, porque o desempenho da nova equipe é muito boa. Eles estão cumprindo os objetivos que estabelecemos. Eles estão aumentando o volume de crédito acima daquilo que o setor privado está fazendo, ainda não é tanto quanto eu gostaria. Eu gostaria que eles aumentassem mais ainda e vou fazê-lo e que eles abaixassem as taxas, porém já estamos agora com taxas de juros inferiores aos outros bancos e próximas das taxas de juros que eram praticadas antes de setembro do ano passado — afirmou Mantega.
Quanto aos créditos para o setor agrícola, Aldemir Bendine afirmou que os recursos têm sido liberados e que já está disponível a linha do BNDES repassada ao Banco do Brasil para financiar capital de giro das agroindústrias.
— As primeiras liberações ocorrem nessa semana. É natural que com a retração de alguns bancos nessa cadeia de agribusiness possa ter havido algum tipo de dificuldade, mas de parte do Banco do Brasil a gente vem crescendo exponencialmente essa assistência, até porque é tradição do Banco do Brasil ser o mais forte banco nessa área — concluiu Bendine.
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