| 02/06/2009 15h02min
A conclusão da Rodada Doha poderia render ao Brasil US$ 2 bilhões a mais em exportações por ano, contribuindo para uma injeção anual de US$ 4 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do país. A afirmação é de Gary Hufbauer, representante do Peterson Institute for International Economics, que considerou para a estimativa apenas as propostas “que estão na mesa” sobre Doha.
— Há muito espaço (nas propostas da rodada) para promover o crescimento dos países — disse Hufbauer.
Segundo o site Valor Online, o executivo participou do seminário Comércio e Finanças: os Desafios da Crise Mundial, promovido pelo Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O economista acrescentou que, entre 1980 e 2007, as exportações dos 20 maiores países em desenvolvimento cresceram 16,7 vezes, passando de 11,8% do total do comércio mundial para 28,8%. Ainda de acordo com o Valor Online, entre julho e dezembro do ano passado, com a crise, houve queda de 30% nestas vendas, dos quais 7% devido à redução dos preços e 23% por conta dos menores volumes embarcados.
Para o diretor de comércio internacional do Banco Mundial, Bernard Hoekman, a crise internacional trouxe a certeza de que a Rodada Doha tem uma importância muito maior do que se supunha há dois anos.
— O que estava na mesa de negociação em julho do ano passado era muito
mais importante do que se percebia na época. Se Doha tivesse
sido completada, estaríamos em um muito melhor — ponderou.
Ele lembrou que as ameaças protecionistas feitas por diversos governos. Segundo ele, a Organização Mundial do Comércio (OMC) tem se mostrado uma boa ferramenta para evitar ondas protecionistas. Hoekman destacou que as principais medidas protecionistas foram tomadas por países de fora da OMC, como Rússia, Ucrânia e Argélia.
— A OMC se mostra muito robusta e todo mundo se atém às regras do jogo — frisou Hoekman, cobrando urgência na conclusão de Doha como forma de evitar maiores pressões protecionistas.
AGÊNCIA SAFRAS