| 14/06/2009 12h20min
Os produtores de café do sul de Minas Gerais estão investindo na mecanização das lavouras. A idéia é reduzir os custos. Produtor experiente, seu Osmar Reguim contou que nunca viu tanta lavoura mecanizada.
As derriçadeiras viraram febre, principalmente nas pequenas e médias propriedades. Ganharam até apelido: mãozinha de colher café. O funcionamento simples. Um conjunto de hastes vibra e frutos caem dos galhos. Quanto mais maduros, mais facilmente eles se desprendem. A máquina evita que o apanhador machuque as mãos ou estrague os galhos
Com a derriçadeira é possível colher num dia de 40 a 50 medidas de 60 quilos. Para apanhar manualmente a mesma quantidade seriam necessárias quatro pessoas. É por conta da economia com mão de obra que estas máquinas têm se tornado cada vez mais comuns nas lavouras de café.
O Agricultor Leonísio Reguim vai dispensar o trabalho de 10 pessoas para colher o café de 11 hectares.
– A mão de obra é muito difícil e fica cara – disse.
– Nós temos vários problemas hoje. Não estamos mais podendo transportar os trabalhadores em certos veículos. Então, encareceu muito a mão de obra. Por isso, o pessoal está procurando mecanizar – justificou José Carlos Bueno, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Varginha, Minas Gerais.
Na loja da Cooperativa dos Cafeicultores de Varginha as vendas de pequenas máquinas para lavouras de café têm crescido a cada ano. Já a venda de máquinas maiores teve queda do ano passado para cá.
O seu Hugo Dominguetti comprou a máquina no ano passado. Pagou quase R$ 500 mil, mas não se arrepende. Ele contou que vai economizar deixando de contratar 40 pessoas para a apanha. Além disso, pretende pagar as prestações com o dinheiro do aluguel da máquina, depois que colher o café, ao preço de R$ 190 a hora.
– Já tem fila. Já estão todos na lista. Todos gostaram do preço do aluguel da máquina. Também economizaram
mão de obra e tiveram rapidez na colheita – falou
seu Hugo.
A Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Minas Gerais não tem informação sobre desemprego provocado pela mecanização da lavoura do café. O professor Fábio Moreira da Silva, da Universidade Federal de Lavras, disse que boa parte da mão de obra foi transferida para a construção civil.